Pedro Guimarães deixou a presidência da Caixa Econômica após denúncias de assédio sexualMarcos Corrêa/PR

Brasília - O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (29) após ser acusado de assediar sexualmente funcionárias do banco estatal durante viagens corporativas e na sede em Brasília. O pedido de demissão de Guimarães foi oficializado após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (PL). 
Em uma carta divulgada à imprensa, Guimarães negou as acusações e se disse"vítima de uma injustiça". Além disso, ele afirmou que não pode "prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral". Por fim, o empresário diz que  confia "que a verdade prevalecerá".
A exoneração de Guimarães foi publicada foi oficializado em Decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União, que circula nesta quarta-feira. A publicação traz ainda a nomeação da secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, para ocupar o cargo no lugar dele.
Daniella era o nome mais cotado para substituir o atual presidente da Caixa. A escolha de uma mulher para o posto, segundo fontes revelaram, ajudaria a estancar as denúncias de assédio contra funcionárias do banco que envolvem o nome de Pedro Guimarães.
Daniella é considerada um 'braço direito' de Guedes desde os tempos em que o ministro atuava na iniciativa privada. Ela é formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, tem MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ e atuou por 20 anos no mercado financeiro. Além disso, tem a confiança do presidente Jair Bolsonaro - e já chegou a participar das tradicionais lives de quinta-feira do chefe do Executivo para divulgar ações do Ministério da Economia voltadas às mulheres.
Entenda o caso
De acordo com o portal "Metrópoles", Pedro Duarte Guimarães está sendo investigado sob sigilo pelo Ministério Público Federal (MPF) após ser acusado de assediar sexualmente funcionárias do banco. Este é o primeiro caso público de assédio sexual envolvendo um alto funcionário do governo Jair Bolsonaro.
Ainda segundo a publicação, um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e denunciar as situações pelas quais passaram. Entre os supostos abusos estão toques íntimos não autorizados e abordagens e convites inadequados para relação de trabalho. Vários episódios de assédio aconteceram durante as viagens realizadas por Pedro Guimarães para divulgação do programa Caixa Mais Brasil, criado por ele para descentralizar a gestão e dar mais visibilidade ao banco pelo país afora, relataram as vítimas.
 
*Com informações do Estadão Conteúdo