No centro da polêmica após as denúncias de assédio sexual contra funcionárias da Caixa, Pedro Guimarães foi poupado de críticas pelo presidente Bolsonaro Reprodução

Brasília - Em meio ao escândalo de assédio sexual na Caixa Econômica Federal (CEF), que culminou com a queda do então presidente Pedro Guimarães, a 'Folha de S. Paulo' revelou nesta terça-feira, 5, que o banco custeou obras na mansão executivo em Brasília. Segundo a Caixa, a reforma foi realizada em junho de 2020 com o propósito de aumentar a segurança de Guimarães e sua família, após uma série de ameaças nas redes sociais.
De acordo com a reportagem, após a confirmação das denúncias no inquérito em curso da Polícia Federal, o banco autorizou a obra na mansão de Guimarães — localizada no Lago Paranoá, uma área nobre de Brasília. O imóvel, que possui até um campo de futebol, teve as obras foram estendidas até a beira do lago. O valor investido, no entanto, não foi revelado.
DESGASTE
Na quinta-feira, 29, Guimarães não suportou a pressão após denúncias de assédio sexual contra funcionárias próximas de seu gabinete na CEF e pediu demissão. A exposição do caso caiu como uma bomba no Planalto. Apesar do temor pelo desgaste da imagem às vésperas da eleições, o presidente Jair Bolsonaro evitou criticar ou comentar as denúncias contra o aliado.
Braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, Daniella Marques foi confirmada como a nova presidente da Caixa e prometeu investigar a fundo as denúncias envolvendo Guimarães.
O Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) abriram inquéritos para investigar os casos de assédio sexual. Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) iniciou uma investigação sobre assédio moral no banco. Na segunda, 4, o MPT fez uma inspeção na sede da Caixa e deve colher depoimentos dos funcionários em breve.