'Bancada' do setor cultural comemora derrubada dos vetos de Bolsonaro a projetos de fomento e incentivo à cultura Reprodução/Instagram

Rio - A aprovação da Lei Aldir Blanc 2 e da Lei Paulo Gustavo, confirmada após derrubada do Congresso Nacional aos vetos do Jair Bolsonaro (PL), na terça-feira, 5, foi efusivamente celebrada pelo setor cultural. Classificados como "os primeiros a parar, últimos a voltar", profissionais da classe, que vão muito além de atores ou cantores, foram severamente impactados durante a pandemia da covid-19. 
Fundador da Associação de Produtores de Teatro, o jornalista e produtor teatral Eduardo de Souza Barata foi um dos representantes da classe em Brasília. A ele se juntaram os atores Amir Haddad, Johnny Massaro, Vera Fischer, Babu Santana e Letícia Spiller.
"Estamos aqui pelo reconhecimento de que, sem o compromisso político com direito à cultura e à arte, o nosso povo está em risco", disse Vera Fischer.  
Após uma série de adiamentos da votação, a ofensiva da classe artística ecoou em Brasília e superou a 'surdez' e apatia do Planalto sobre o tema. A aprovação dos auxílios ao setor cultural prevê, via Lei Aldir Blanc 2, repasses anuais de R$ 3 bilhões da União para estados e municípios, por um período de cinco anos.
"Muito feliz. Derrubado os vetos da Lei Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Muita emoção. Viva a democracia brasileira. Viva o teatro. Viva a arte. Viva a cultura e todos os profissionais e trabalhadores do setor artístico", comemorou Barata, em postagem nas redes sociais.
Batizada como Lei Paulo Gustavo, em homenagem ao ator, comediante e roteirista que foi vítima do  coronavírus, o projeto tem caráter emergencial e garante R$ 3,86 bilhões para estados e municípios fomentarem o o setor cultural. Do total, R$ 2,79 bilhões seriam voltados à área audiovisual, enquanto R$ 1,06 bilhão para ações emergenciais.
"Essa vitória é de todo o nosso Brasil. A gente precisava dessa injeção de esperança. Foi muito emocionante ter vindo ao Congresso e constatar que a política se faz com a nossa efetiva participação e ação. Não podemos esperar. Precisamos agir", disse a atriz Letícia Spiller, em postagem nas redes sociais.