Dom e Bruno foram mortos após desaparecerem na região do Vale do JavariReprodução

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os três suspeitos presos pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo "Pelado", Oseney da Costa de Oliveira, o "Dos Dantos", e Jefferson da Silva Lima o "Pelado da Dinha", serão julgados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A denúncia foi encaminhada à Justiça Federal em Tabatinga, no Amazonas, e segundo o MPF, o juiz já aceitou a acusação. Agora, eles já são considerados réus. O documento diz que Amarildo e Jefferson confessaram o crime e que Oseney foi mencionado em depoimentos de testemunhas.
Em um áudio obtido pela TV Globo é possível ouvir o indigenista Bruno Pereira falar sobre uma reunião que seria realizada na Comunidade São Rafael com o objetivo de barrar o avanço de criminosos em terra indígena. Na ocasião, ele denunciou pescadores do Vale do Javari que já atacavam a tiros as equipes no local.

"São esses caras que estão atirando na equipe, esses caras que atiraram na base. Não só do São Rafael, São Gabriel, os carinhas de Benjamin e outros de Atalaia".
Bruno e Dom
Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram mortos em 5 de junho de 2022, durante uma expedição pelo Vale do Javari, segunda maior terra indígena do Brasil, no extremo-oeste do Amazonas. A dupla teve os corpos queimados e enterrados na região. Até o momento, três suspeitos foram presos, Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado; Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como "Dos Santos" e , Jefferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha".
Uma das questões a serem respondidas pela investigação é a existência de um mandante do crime. Dom e Bruno deram início à viagem para pesquisa de um novo livro, chamado "Como Salvar a Amazônia?". Dom estava entrevistando lideranças indígenas e ribeirinhos com a ajuda do indigenista, que conhecia a região.