A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que os ajustes com PSB serão feitos pelos diretórios nacionaisJefferson Rudy/Ag. Senado

Apesar do aumento da tensão entre PT e PSB no Rio após o lançamento oficial de Marcelo Freixo ao governo do Estado e de Alessandro Molon ao Senado, integrantes das duas legendas descartam o rompimento pregado pela ala petista liderada pelo vice-presidente do diretório fluminense, Washington Quaquá.

A menos de três meses das eleições, a avaliação dos dirigentes partidários é que o PT deve demonstrar publicamente insatisfação com o que consideram quebra, pelo PSB, do acordo para ter o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), como postulante da coligação ao Senado. Consideram, porém, que um rompimento poderia atrapalhar os planos da aliança nacional.

A Executiva Nacional do PT trabalha para aparar arestas com o PSB em ao menos seis estados. Além do Rio, as desavenças entre os dois partidos se dão em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. No centro das divergências entre os partidos, está o anúncio do PSB na quarta-feira, 22, de que vai manter a candidatura de Molon ao Senado.

Há duas semanas, Molon e Freixo se desentenderam por causa da disputa pelo Senado. Freixo saiu em defesa de um acordo que teria sido firmado com o PT, estabelecendo que apenas Ceciliano concorreria ao Senado. Molon rebateu e disse que a aliança entre as duas legendas não passava por ele abrir mão de sua candidatura. Os ânimos só se acalmaram após a convenção estadual do PSB nesta semana, com o anúncio oficial dos dois para a disputa.

Insatisfeita com o cenário, a Executiva Nacional do PT decidiu adiar a convenção estadual do PT no Rio para anunciar oficialmente apoio a Freixo. A medida, no entanto, segundo integrantes da legenda, serve apenas como recado de insatisfação Não deve atrapalhar os planos da aliança nacional entre Lula e Geraldo Alckmin, vista como prioridade.
O rompimento entre PT e PSB no Rio é defendido por Quaquá. Dirigente do PT no Rio, ele afirmou na quinta-feira, 21, na convenção do PT nacional em São Paulo, que levaria um recurso à Executiva Nacional do partido. A reivindicação foi endossada pelo secretário nacional de Comunicação da legenda, Jilmar Tatto

A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffman, afirma que os ajustes com PSB serão feitos pelos diretórios nacionais. Disse também que pretende resolver esses impasses para fortalecer a coligação. No PSB, a defesa é de que Molon e Ceciliano disputem a eleição. Pesquisa Ipec divulgada nesta quinta-feira para a corrida ao Senado mostra o senador Romário (PL) liderando as intenções de voto, como 30%. Molon aparece com 9%, e Ceciliano tem 4%.

Para tentar resolver o impasse na aliança entre PT e PSB no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu reforçar o apoio à candidatura de Ceciliano ao Senado, em vídeo divulgado nesta sexta, 22. Na gravação, Lula diz ainda que é preciso escolher apenas um nome ao Senado, o de Ceciliano.