Uma dúzia de macacos teriam sido envenenados, e alguns feridos, em menos de uma semana em uma reserva natural em Rio do Preto, no estado de São Paulo, no BrasilReprodução

Devido à uma associação equivocada entre a presença dos macacos e o aumento de casos de varíola, os ataques contra primatas que vêm aumentando a cada dia no Brasil. A polícia resgatou 30 animais que haviam sido intoxicados, e alguns com marcas de agressões, na Mata dos Macacos, que fica localizada no interior de São Paulo, entre as cidades de São José do Rio preto e Bady Bassit. 
Por conta dos constantes ataques, ativistas têm pedido a Organização Mundial da Saúde (OMS), que altere o nome da doença. Questionada sobre o tema em Genebra nesta semana, a epidemiologista Margaret Harris, porta-voz da entidade, condenou a violência contra os bichos e reiterou a intenção de encontrar um nome melhor para a doença. Em meados de junho, o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, já havia anunciado publicamente esse desejo.
Segundo estudiosos, a varíola dos macacos só foi batizada com este nome por um mero acaso. A primeira vez que foi identificada e descrita foi justamente em um grupo de primatas em um laboratório na Dinamarca, em 1958.
"Na verdade, o vírus é mais comum em roedores", relembra a epidemiologista da OMS. Os cientistas ainda não têm consenso sobre que animal seria o reservatório natural do vírus, que já foi documentado em diferentes bichos, inclusive em cachorros.
Brasil

Conforme dados do Ministério da Saúde divulgados na sexta-feira, 12, e portanto, mais recentes que o relatório da OMS, o País tem 2.747 casos confirmados. São Paulo (1.919), Minas Gerais (133) e Rio de Janeiro (314) são os Estados com mais infecções confirmadas. Em duas semanas, o crescimento de notificações foi de 118,2%.

Prevenção

O contato íntimo - que inclui relações sexuais -, de pele com pele, com lesões de pessoas contaminadas, é apontado como a principal forma de transmissão da varíola dos macacos no surto atual, conforme especialistas. Porém, medidas como uso de máscaras e preservativos, higienização de mãos e o não compartilhamento dos chamados fômites (objetos capazes de transportar patógenos, como lençóis e toalhas) também podem ajudar a evitar a contaminação. Isso porque, explicam, outras formas de transmissão são conhecidas ou estão sendo estudadas.