Cristina Kirchner sofreu tentativa de assassinato na porta de sua casa, na última quinta-feiraReprodução da internet

O governo brasileiro condenou nesta sexta-feira, 2, a tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, 19 horas após o atentado ter ocorrido em Bueno Aires. "Governo brasileiro condena o injustificável ato de agressão contra a Vice-Presidente da República Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, ocorrido na noite de ontem, 1º de setembro, em Buenos Aires. O Brasil repudia toda e qualquer forma de violência com motivação política e reitera seu invariável respaldo à irmã nação Argentina", informa o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
Um pouco mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou o ato de violência, ao ser questionado por jornalistas, disse que o atentado é um risco que todos correm, mas reclamou de uma suposta falta de preocupação da esquerda com a facada sofrida por ele na campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora (MG). "Eu quase morri em 2018 e não vi a esquerda se preocupando comigo, mas tudo bem", declarou, ao ser questionado por jornalistas, durante visita à Expointer, maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, em Esteio (RS).
"Eu já falei que lamento. Apesar de não ter nenhuma simpatia por ela, não desejo isso para ela. Agora quando eu levei a facada o pessoal da esquerda ficou calado, né? Mas tudo bem. Nós temos coração, queremos o bem", disse o candidato à reeleição. "Lamento o ocorrido e espero que a apuração seja feita para saber se saiu da cabeça dele ou de alguém que, porventura, tivesse contratado ele para fazer aquilo", emendou.
Bolsonaro foi o último dos principais presidenciáveis a se manifestar sobre a tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina, e o fez ao ser provocado. Nas redes sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o ódio político é uma ameaça à democracia na região. A senadora Simone Tebet (MDB) afirmou que é preciso dar um fim à violência política. O ex-governador Ciro Gomes (PDT), por sua vez, criticou o "radicalismo cego" e "polarizações odientas". Soraya Thronicke (União Brasil) e Luiz Felipe dAvila (Novo) também condenaram o ocorrido.
O homem que tentou atirar em Cristina Kirchner, na noite de ontem, em frente à casa dela, em Buenos Aires, foi preso pela polícia argentina. Ele foi identificado como Fernando André Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos de idade. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram o homem apontando uma arma para a cabeça da vice-presidente. É possível ouvir o barulho do gatilho, mas a arma não dispara. Ele, então, é rapidamente detido.