Foram liberados na manhã desta quinta-feira, 22, o menino de 7 anos e o homem, identificado como Giovani Júnior, de 23, que estavam sendo feitos refém pelo ex-padrastro do menor, Leandro Pereira, 39, há quase 16 horas. O cárcere foi feito na casa da mãe da criança, no bairro Parque São Pedro, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
A ação de resgate foi realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar e contou com uma ambulância do Samu no local. Após tentativas mal sucedidas de negociação com Leandro para liberação das vítimas, o criminoso foi baleado por um sniper, atirador de elite.
De acordo com a corporação, Leandro e Andresa Wenia Pereira Mendes, mãe do menino, se separaram há dois meses, mas o homem não aceitava o fim do relacionamento.
Andresa chegou a voltar para casa na noite de quarta, 21. Houve uma briga entre os dois, mas ela conseguiu fugir. A criança e Giovani ficaram dentro do imóvel sob a mira de um revólver.
A mulher passou mal, mas o pai do menino acompanhou o trabalho da polícia. De dentro da casa, o homem enviava mensagens com fotos dos reféns para mostrar que estariam bem.
Leandro já tinha passagem na polícia por feminicídio. Segundo informações preliminares, o caso teria ocorrido em 2011. Na ocasião, ele teria enforcado a ex-namorada com um sutiã e depois colocado um rato na boca dela. Ele ficou preso por oitos anos e saiu em liberdade condicional.
A porta voz da Polícia Militar, Major Layla Brunella, afirmou que o homem ameaçava matar a criança e por esse motivo foi necessário recorrer ao sniper. "A gente lamenta muito, pois não era o desfecho que a gente gostaria, mas foi o possível", disse em primeira entrevista ao jornal "O Tempo", após o ocorrido, quando os policiais acreditavam que o rapaz havia sido morto. Em um segundo momento, a major explicou que o sequestrador apresentou sinais vitais e que, por isso, será levado para um hospital.
Ambos que estavam em cárcere foram liberados sem ferimentos. "A criança está bem, calma, já teve contato com o pai. Está bem, está tranquila, mas como eu falei, é muito pequeno, não tem noção da gravidade. O psicológico precisa ser trabalho, mas a parte física está tranquila", disse.
As negociações pioraram na manhã desta quinta-feira, 22, após a energia da casa ser cortada, impossibilitando o acesso às informações por por parte do criminoso. "Ele teve acesso ao celular da ex e as mensagens deixaram ele irritado. Por causa disso, ele começou a interromper as negociações", contou a Major. A condição de liberação dos reféns seria a presença de Andresa, possibilidade descartada pela corporação devido o histórico de feminicídio de Leandro.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.