Ginecologista Renato Kalil Reprodução
Caso Shantal Verdelho: MP denuncia Renato Kalil por lesão leve e violência psicológica durante parto
Caso foi revelado pela influenciadora Shantal Verdelho no ano passado através das redes sociais e, nos dias seguintes, outras mulheres surgiram com acusações similares de violência obstétrica contra o médico
São Paulo - O Ministério Público de São Paulo denunciou o ginecologista Renato Kalil por crime de lesão leve e violência psicológica durante o parto da influenciadora Shantal Verdelho. O caso foi revelado por ela ainda no ano passado através das redes sociais e, nos dias seguintes, outras mulheres surgiram com acusações similares de violência obstétrica contra o médico.
As promotoras Fabiana Dal Mas e Silvia Chakian, responsáveis pelo caso, também pediram à Justiça uma indenização de R$ 100 mil. Em nota, o MPSP frisou que considera "todos esses crimes em contexto de violência obstétrica", reconhecida pela Organização Mundial de Saúde na década passada como um problema de saúde pública que afeta mulheres e seus bebês.
O caso de Shantal foi revelado através de áudios e vídeos gravados durante o parto realizado por Kalil e enviados em um grupo de amigos da influenciadora. Ela relata o que ocorreu durante o nascimento de sua filha, Domenica, em setembro de 2021
"Quando a gente assistia ao vídeo do parto, ele (Renato) me xingava o trabalho de parto inteiro. Ele fala: ‘p..., faz força. Filha da mãe, ela não faz força direito. Viadinha. Que ódio. Não se mexe, p...’", conta Shantal no áudio.
Pelo menos sete mulheres acusaram Kalil de ter cometido violência obstétrica similar à narrada por Shantal. Em dezembro, a Promotoria de Enfrentamento à Violência de Gênero, Doméstica e Familiar contra a Mulher, do MPSP, e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) abriram investigação contra o médico.
O Estadão tentou contato com Renato Kalil, mas não obteve sucesso até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto. Ainda no ano passado, durante o início das investigações, o médico disse que aguardava "com tranquilidade a apuração, que irá comprovar a improcedência das denúncias" e repudiou veementemente o que classificou como "relatos mentirosos que aludem a atos com conotação sexual".
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