Deslizamento na BR-376, no Paraná Divulgação/CBMSC
PRF diz que concessionária de rodovia no Paraná deveria ter fechado pista
Ao menos duas pessoas morreram e estima-se que 30 estão desaparecidas após o deslizamento na BR-376 em Guaratuba, no litoral do Paraná
Curitiba - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (30) que a concessionária Arteris Litoral Sul, empresa administradora da concessão da BR-376, seria responsavel pela liberação de tráfego, em Guaratuba, no litoral do estado, onde foi registrado deslizamento de terra na segunda-feira (28).
Ao menos duas pessoas morreram e estima-se que 30 estão desaparecidas após o deslizamento na BR-376, Guaratuba, no litoral do Paraná, nessa segunda-feira (28).
Nesta quarta (30), o Corpo de Bombeiros informou que pelo menos 16 carros foram arrastados pela lama com o episódio. O número exato de vítimas, porém, ainda é incerto, já que há dificuldade para saber quantas pessoas estavam dentro de cada um dos veículos que estavam no local.
A concessionária ainda não se pronunciou sobre a alegação da Polícia Rodoviária Federal.
Carro de prefeito é atingido no deslizamento
O prefeito de Guaratuba, no litoral do Paraná, Roberto Justus (União), e seu motorista, Claudio Margarida, tiveram o carro atingido pelo deslizamento. Ele disse que nunca tinha visto tanta água e tanta lama morro abaixo às margens da rodovia, onde estavam parados, no início da noite de segunda-feira, 28. "A gente pressentia que algo pudesse acontecer", disse.
"O morro inteiro veio abaixo de uma vez só, numa velocidade tão grande que não dá para reagir ou pensar absolutamente nada. Pus a mão no vidro, com a ideia de que poderia segurar, e aguentei a pancada muito forte, que jogou o carro para cima e aquela lama toda começou a nos erguer. Subiu, subiu, e depois deslizou para outra pista", disse.
Segundo ele, o carro parou tombado com a porta do lado do motorista quase encostada no chão. "O Cláudio chutou o vidro da porta dele e saímos por debaixo do carro. Chovia demais na hora, e a gente via aquele lamaçal descendo", recorda-se. "Saímos ilesos, ficou só a dor da pancada e o estado emocional bem abalado. Foi assustadora a situação. É aí que a gente percebe o milagre que recebeu. Não sei como estou aqui", contou.