Bolsonarista preso diz à PF que não tinha intenção de ameaçar LulaReprodução/Twitter

Preso pela Polícia Federal após convocar atiradores para participar de manifestação contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o empresário bolsonarista Milton Baldin afirmou em depoimento, nesta quarta-feira (7), que "não tinha intenção" de ameaçar o petista nem de incitar que ele fosse impedido de tomar posse.

Ele disse à PF que convocou os atiradores com registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) para a manifestação para que protestassem diante do anúncio feito por integrantes do futuro governo que precisariam devolver as armas. O empresário também afirmou que possui registro de CAC e tem duas armas.
Baldin disse que "não tinha intenção de ameaçar qualquer pessoa, em especial o candidato eleito. Que também não objetivava, de qualquer forma, impedir a posse ou diplomação do candidato eleito".

A prisão ocorreu próximo a um acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. O empresário afirmou ter embarcado em um ônibus com destino a Brasília no dia 10 de novembro e disse não saber quem bancou o transporte e quem está pagando a estrutura do acampamento.

A convocação feita por Milton Baldin ocorreu em 26 de novembro, data informada por ele no próprio vídeo. Nas imagens, ele pede aos empresários que liberem os caminhoneiros para participarem dos protestos na capital federal. Na sequência, convoca os CAC’s (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) para "marcar presença" nas manifestações.
"Gostaria de pedir ao agronegócio, aos empresários, que deem férias aos caminhoneiros e mandem os caminhoneiros para Brasília. São só 15 dias, não vai fazer diferença. Também pedir aos CACs, atiradores que têm armas legais", afirmou o homem aos manifestantes no sábado.
"Se nós perdermos essa batalha, o que você acha que vai acontecer dia 19 [prazo para a diplomação de Lula]? Vão entregar as armas, e o que eles vão falar? 'Perdeu, mané", completou ele, se referindo a fala do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Roberto Barroso a um bolsonarista em Nova York, nos Estados Unidos.