Pará, Ceará, Paraíba, Rio e São Paulo não pagavam o piso salarial aos professores com carga de 40 horas semanaisDivulgação
IBGE: 5 de 25 estados com docentes em jornada de 40h/semana não cumpriam piso em 2021
Plano Nacional de Educação do MEC orienta como estratégia o aumento gradual do cumprimento da jornada do professor em um único estabelecimento escolar
Cinco entre as 25 Unidades da Federação (UF) com professores com jornada de 40 horas semanais não cumpriam o piso salarial nacional da educação básica em 2021: Pará, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo. O Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério Público da Educação Básica (PSPN) previa valor igual ou superior a R$ 2.886,24 mensais no momento da pesquisa para todos os professores com formação em nível médio com essa jornada de trabalho.
Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Acre, Minas Gerais e Mato Grosso informaram não possuir professores com jornada de 40 horas semanais em suas redes públicas estaduais de educação básica. Além disso, 11 Unidades da Federação não tinham definido o PSPN em lei estadual, três a mais que o número observado na pesquisa anterior, de 2018.
Segundo o IBGE, o Plano Nacional de Educação do Ministério da Educação orienta como estratégia o aumento gradual do cumprimento da jornada docente em um único estabelecimento escolar, com o objetivo de estimular a dedicação exclusiva ao magistério, compatível com as 40 horas semanais em uma mesma escola. O instituto menciona que a jornada integral é uma reivindicação antiga da categoria, por favorecer o envolvimento do professor com a escola e com as atividades relativas à docência.
"Uma proporção baixa de professores com tal jornada, cabe destacar, pode representar a fragmentação da carreira, com acúmulo de cargos e funções inclusive na rede de ensino privada, dificultando o exercício da atividade docente em um único local de trabalho", apontou o estudo do IBGE.
Em 2021, 68,9% dos municípios recorreram somente à indicação como critério para a escolha dos diretores de escola da rede municipal. O uso exclusivo de indicação como critério para selecionar os diretores de escola era 5,5 vezes mais frequente nos municípios menos populosos comparados aos mais populosos.
Já a escolha dos diretores das escolas da rede estadual obedeceu aos critérios de eleição em 17 Unidades da Federação; livre indicação em 13 UFs; processo seletivo em 9 UFs e concurso público em 2 UFs.
Em 2021, havia Conselhos Municipais de Educação em 94,9% dos municípios brasileiros, porém, foram realizadas 12 ou mais reuniões ao longo do ano em apenas em 18,6%. Todas as Unidades da Federação possuíam Conselho Estadual de Educação, mas Rondônia, Acre e Amazonas não realizaram 12 reuniões ou mais no período.
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