Em 2022, 31,5 milhões de crianças menores de 13 anos utilizaram algum serviço da Atenção Primária à Saúde Divulgação/Prefeitura de São Gonçalo
A sondagem apresenta um novo indicador, o PCATool, que avalia os atributos das consultas na atenção primária. A escala vai de 0 a 10. Um índice acima de 6,6 indica que os serviços atendem com qualidade. Para o Brasil, o número geral obtido no ano passado foi 5,7, bem abaixo do padrão mínimo de qualidade recomendado.
Nenhum Estado atingiu um índice igual ou superior a 6,6. As unidades federativas com os maiores números são: Mato Grosso (6,4), Distrito Federal (6,1), Santa Catarina (6,1), Rio Grande do Sul (6,0) e Paraná (6,0).
O módulo Atenção Primária à Saúde da PNAD Contínua 2022 incorporou ainda outro indicador inédito para a avaliação dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), o Net Promoter Score (NPS). Esse já é usado no serviço privado e avalia não apenas a consulta médica (como o PCATool), mas qualquer tipo de contato com uma Unidade Básica de Saúde ou Unidade de Saúde da Família.
Em 2022, 31,5 milhões de crianças menores de 13 anos (82,9% do total dessa faixa etária) utilizaram algum serviço da Atenção Primária à Saúde nos 12 meses anteriores à entrevista, o que evidencia o alcance do SUS. Os responsáveis atribuíram notas de 0 a 10.
"De forma geral, os pais ou cuidadores avaliaram positivamente o atendimento, mas as notas indicam que o serviço está na zona de aperfeiçoamento; ou seja, carece ainda de melhorias", afirmou a pesquisadora Adriana Beringuy, responsável pela pesquisa. Ela lembra a influência da covid-19 nos serviços de saúde, que pode ter tido impacto negativo nos atendimentos.
Os cuidadores das crianças relataram que os principais motivos para o atendimento foram: consulta de rotina (revisão, check-up, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento), 39,1%; problemas respiratórios ou de garganta (gripe, sinusite, amidalite, faringite, asma, bronquite etc.), 30,9%; e outros motivos (febre, diarreia, vômito ou outros problemas gastrointestinais; acidentes, fratura, lesão, machucado; alergias e outros), 30,0%.
No perfil das crianças com idade inferior a 13 anos que realizaram mais de uma consulta médica com o mesmo profissional nos últimos 12 meses em unidade de saúde da Atenção Primária à Saúde no SUS (4,1 milhões de crianças), há um equilíbrio entre o sexo masculino (51,1%) e o feminino (48,9%). A distribuição etária apresentou diferenças mais significantes: crianças com até 6 anos (61,3%) e de 7 a 12 anos (38,7%).
A cor ou raça dos menores informada pelos responsáveis foi predominantemente preta ou parda (59,7%), seguida da branca (39,4%), apresentando diferenças regionais onde o maior porcentual de crianças pretas ou pardas se concentrava nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Já o de crianças brancas estava concentrado nas Regiões Sudeste e Sul.
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