Apoiadores de Bolsonaro atearam fogo em ônibusReprodução/Redes Sociais
Publicado 13/12/2022 12:39
Após os atos de vandalismo ocorridos nesta segunda-feira, 12, em Brasília, diversos políticos se manifestaram nas redes sociais. Bolsonaristas depredaram e atearam fogo em veículos e ônibus. Além disso, também houve uma tentativa de invasão à Polícia Federal.
A motivação dos protestos foi a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão atendeu ao pedido da procuradoria-geral da República, que apontou que ele estaria usando sua posição de cacique para influenciar a prática de crimes e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, Lula não foi exposto a riscos.
No Twitter, Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal eleito em São Paulo, escreveu: "Imaginem se fosse o MTST ou o MST queimando carros, ônibus e tentando invadir a PF em Brasília".
Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade), senador no Amapá, divulgou imagens de veículos sendo incendiados e disse que o ato "não é de pessoas do bem".
O senador de Pernambuco, Humberto Costa (PT), afirmou que "os atos terroristas (...) mostram a quantidade de criminosos que há disfarçados de patriotas". "Merecem ser combatidos com rigor e responder na justiça pelos crimes praticados", escreveu. Pela manhã desta terça-feira, 13, ele publicou: "Eles estão desesperados: sabem que o tempo do ódio, da impunidade e do descaso está acabando. A democracia venceu! Hoje é dia 13 e logo menos um novo Brasil vai começar. Faltam 19 dias para a posse de Lula."
Outros políticos cobraram uma ação a respeito da prisão dos vândalos. A senadora do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet (MDB), pontou: "Absurdo. Violência, depredação e vandalismo não vão intimidar a democracia brasileira. Os criminosos que causaram caos em Brasília nesta segunda-feira têm de ser rigorosamente punidos". 
André Janones (Avante), deputado federal em Minas Gerais, também contestou a falta de detenção. "Até o memento, nenhum terrorista foi preso. A polícia sabe onde eles estão, sabem do intento golpista e ontem viram o potencial lesivo, mas os bandidos seguem livres, cantando hino pra pneu e fazendo contato com ETs", disse. Em outra postagem, ele culpou Bolsonaro e os influenciadores que o apoiam. "Ninguém é mais responsável por isso que Jair Messias Bolsonaro, que covardemente, está debaixo da cama assistindo tudo", escreveu. "Os influenciadores golpistas que incentivam esses atos terroristas também responderam por eles. Ainda que sejam covardes e façam isso de outro país", completou.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT e deputada federal, também usou o Twitter para cobrar Bolsonaro e repudiar os atos. "Baderna em Brasília teve cara de esquema profissional. Muito estranho que ninguém foi preso. Bolsonaro é cúmplice. Como pode o presidente da República abrigar envolvidos? Passou da hora de desmobilizar as frentes de quartéis, não tem nada de liberdade de expressão, só golpismo", escreveu a parlamentar no Twitter", escreveu.
O deputado federal do Rio de Janeiro, Alexandre Frota (PROS), disse que enviou "ofícios ao TSE, PGR, OAB, Senado Federal e Câmara dos Deputados, solicitando sejam tomadas providências para que os lideres das manifestações sejam investigados e devidamente punidos pelos crimes, em tese, cometidos, tais como terrorismo, contra a democracia, contra o patrimônio público e privado, ocorridos na data de ontem. Estamos responsabilizando inclusive os terroristas já identificados". Em outra publicação, ele cobrou o ministro Anderson Torres: "Como até agora ninguém foi preso? Foram atos terroristas, covardes e precisam ser presos . Acorda Anderson".
Anderson Torres escreveu, na noite desta segunda, 12, que "nada justifica as cenas lamentáveis que vimos no centro de Brasília. A Capital Federal tradicionalmente é palco de manifestações pacíficas e ordeiras. E seguirá sendo". Ele agradeceu o apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e do Governo à Polícia Federal. "Tudo será apurado", afirmou.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou às forças de segurança que prendessem todos os bolsonaristas que estão fazendo depredações e outros atos de vandalismo. "A ordem é prender", afirmou.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT) publicou: "Além das autoridades identificarem os terroristas bolsonarista de Brasília, é importante que seja identificado quem está por trás da ação criminosa, financiando e apoiando atos contra a democracia. Todos devem ser responsabilizados!"
Senador do Rio Grande do Norte, Jean Paul Prates (PT), também se manifestou e afirmou que irá "cobrar a punição de todos os responsáveis".
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), repudiou os atos: "Absurdos os atos de vandalismo registrados nesta noite, em Brasília, feitos por uma minoria raivosa". Segundo ele, a depredação de bens públicos e privados, "assim como o bloqueio de vias, só servem para acirrar o cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou."
Os políticos de direita e apoiadores de Bolsonaro, por sua vez, pouco apareceram. Já a deputada federal de Santa Catarina, Julia Zanatta (PL), publicou um vídeo, da janela do hotel em que estava, do momento em que carros são incendiados.
Em outra publicação, ela disse que encontrou "um conhecido que teve seu carro depredado" embaixo do hotel e que ele "estava dentro do Brasília Shopping quando aconteceu". "Eu tenho certeza que o nosso povo de direita jamais quebraria e tocaria fogo no carro de um trabalhador. Tem coisa aí", afirmou.
O senador do Piauí, Ciro Nogueira (Progressistas), disse que os manifestantes tem "cara de Black Blocks, jeito de Black Blocks, fúria de Black Blocks, cheiro de Black Blocks e violência dos Black Blocs". Segundo ele, o grupo "não existiu durante todo o governo Bolsonaro". "Será coincidência ou a volta deles?", questionou.
Leandro Grass (Partido Verde), deputado distrital, criticou as acusações à esquerda. "A extrema-direita terrorista já se encarregou de promover fake news associando os crimes de ontem à esquerda e à diplomação de Lula. A hipocrisia e a desfaçatez estão na essência desse tipo de gente que tão mal faz ao Brasil", publicou.
Bolsonaro ainda não se manifestou sobre o caso. 
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