Nísia Trindade, futura Ministra da SaúdeDivulgação
Nova ministra da Saúde quer implementar regras mais rígidas de vacinação
Intenção é que para se tornar beneficiário dos programas do governo, o participante deverá estar vacinado
Brasília - O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mal começou e já há algumas definições importantes. Na área da Saúde, a nova ministra, Nísia Trindade, já havia dito ao presidente, quando foi convidada para o cargo, que uma das condições para aceitar seria a criação de um cronograma com regras rígidas de vacinação. Como o petista também queria isso, a negociação acabou sendo fácil.
Nesta segunda-feira (2), Nísia tomou posse do cargo e confirmou que pretende pôr um ponto final à era negacionista na pasta. Pessoas de dentro do ministério confirmaram à coluna que, desde o anúncio dela como ministra, a ordem é reorganizar o cronograma de vacinação do Brasil. Todas as portarias criadas na época de Jair Bolsonaro (PL) e que dificultam o controle de imunização no país serão revogadas.
Uma fonte dentro do ministério de Saúde confirma que é um novo momento dentro da pasta. "Nísia já avisou que todo brasileiro será imunizado", garante um funcionário. Ele lembrou que a ideia é usar 2023 para fazer mutirões. "Haverá campanha de vacinação o ano todo com busca ativa para quem tiver vacina atrasada". A fonte lembrou que o trabalho não será apenas na imunização da Covid-19, mas em todas as enfermidades.
"O quadro de vacinação no Brasil é tenebroso contra praticamente todas as doenças", revela um funcionário da pasta. "Nunca o país viveu uma situação assim. Corremos risco sério de enfrentar surto de várias doenças sérias já em 2024 se o quadro não for revertido. E só a vacinação resolve", garante.
A proposta de Nísia para a campanha é fazer programas em parceria com outras pastas, como a Educação, o Social e o Esporte. A intenção é que todos os programas do Governo Lula, para a participação acontecer, seja obrigatória a vacinação. "A intenção é exigir a caderneta de vacinação em dia seja para usuários do Bolsa-Família, beneficiários do Prouni e até em programas de atletismo para crianças e adultos", revela a fonte.
Sobre uma eventual obrigatoriedade de vacinação, principalmente da Covid, uma fonte ligada a Nisia foi categórica: "Não, não haverá". Ela, no entanto, explica que, diferentemente do governo Bolsonaro, que tentou dificultar a vida das pessoas que se vacinavam, na administração de Lula será o oposto. "Ninguém será levado na marra para se vacinar, mas enfrentará sanções", diz sem explicar qual tipo de punição poderá ocorrer.
A respeito da vacinação da Covid-19, que enfrenta atraso na dose de reforço por grande parte do país, o ministério da Saúde pretende fazer uma campanha já nos primeiros meses do ano. "Queremos vacinar mais de 80 milhões de pessoas em dois meses para evitar que os casos voltem a subir", revela. A reportagem lembrou que há cidades em que a imunização está parada por seguir normas técnicas que não baixaram a idade para a quarta dose. "A orientação vai mudar nos próximos dias", garante.