Invasões em Brasília ocorreram no dia 8 de janeiroAFP
Cinco detidos no ataque dos bolsonaristas radicais concorreram ao menos a mais de uma eleição. Foram 27 candidatos a vereador, dois a prefeito, dois a deputado federal, seis a estadual e um na disputa para deputado distrital.
O partido que mais aparece na lista dos políticos presos é o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, com seis nomes. Outros ex-candidatos detidos são filiados a partidos da base do ex-presidente. São legendas como Patriota (5), PSL (5), PRTB (3) e PTB (3). Entre os nomes que não foram eleitos e que foram presos nos atos golpistas estão Paulo da Caçamba (Jaru-RO), Loirão da Taboca (São Félix do Xingu-PA), Marcão Bola de Fogo (Pintangueiras-SP), Sargento Fernandes (Nuporanga-SP), Roger Galetos (Teixeira de Freitas-BA).
Eleita nas últimas eleições municipais, a vereadora Odete Correa de Oliveira Paliano (PL), a Odete Enfermeira, de 55 anos, é uma das mulheres detidas na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF). Apoiadora de Bolsonaro, Odete é parlamentar em Bom Jesus, município de Santa Catarina.
No ano passado, Odete se candidatou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), mas não foi eleita. A parlamentar apareceu em fotos e em campanha ao lado do candidato bolsonarista ao governo de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que doou R$ 13.898,14 à colega de partido, e R$35 mil da deputada federal Daniela Reinehr (PL), ex-vice-governadora do Estado e uma das mais fiéis apoiadores da família Bolsonaro em Santa Catarina.
Com R$ 382 mil em bens declarados no pleito do ano passado, Odete registrou um aumento patrimonial de 816% desde o pleito municipal em que foi eleita.
Em nota, o presidente da Câmara de Bom Jesus, vereador Jorge Brinker, diz que repudia os atos de vandalismos na sede dos Três Poderes em Brasília, que o legislativo bonjesuense está em recesso até 15 de fevereiro e que os membros da mesa diretora da Câmara "desconhecem o envolvimento de qualquer representante do legislativo municipal em atos antidemocráticos".
Advogado entre os detidos
O PL teve seis filiados presos após os atos de depredação nos prédios dos Três Poderes. Um deles, o advogado Thiago Queiroz, de 45 anos, é presidente municipal do partido em Patos de Minas, em Minas Gerais, e foi candidato a deputado estadual no ano passado. Não foi eleito, mas é suplente na ALMG.
O advogado transmitiu ao vivo a invasão aos prédios públicos nas redes sociais. Em vídeos publicados no Facebook, Queiroz registra a invasão e questiona a ausência de militares das Forças Armadas no local.
"Tomamos o Congresso. Agora é nosso. Nós é que mandamos aqui. Quero ver esse mané, agora. Aqui não tem mané, não. Cadê o Exército? O Exército sumiu. O Exército somos nós, o Exército de Cristo", diz nos vídeos, referindo-se ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"O advogado terá o devido processo legal (contraditório e ampla defesa) respeitado. A Comissão de Prerrogativas ainda não foi acionada, certamente por não estar o advogado no exercício da advocacia", conclui a nota.
Médico tentou ser prefeito
O médico Ezio Guilherme da Silva foi candidato a prefeito de Coronel Fabriciano, em Minas Gerais. Ele disputou a prefeitura do município mineiro em 2020, quando recebeu 392 votos (0,71%). Outro mineiro, o bolsonarista Adrian Paz concorreu à Prefeitura de Patos de Minas, mas também não conseguiu se eleger. Ele foi um dos organizadores do acampamento contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apoiadores de Bolsonaro, os dois têm publicações e vídeos em apoio ao ex-presidente.
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