Aliado de Bolsonaro, o governador afastado do DF é alvo de investigação da PGR e da PF após os atos golpistas do dia 8 de janeiroMarcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) é um dos cinco alvos das diligências da Polícia Federal que cumpre nesta sexta-feira, 20, mandados de busca e apreensão. Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário executivo da Segurança Pública do DF, é outro investigado no inquérito do Ministério Público Federal que apura a conduta de autoridades públicas nos atos golpistas protagonizados na capital federal no dia 8 de janeiro.
A operação atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os investigadores cumprem mandados no Palácio do Buriti, sede do governo em Brasília, no escritório de advocacia e na mansão do governador, no Lago Sul, na Secretaria de Segurança Pública e na residência do ex-secretário da pasta.
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Ibaneis foi preventivamente afastado por 90 dias do comando do governo do DF por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida é um desdobramento da invasão de terroristas que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro na sede dos Três Poderes, marcada por atos de violência, depredação do bem público e uma frustrada tentativa de golpe de Estado.
Tanto o governador afastado quanto Fernando de Souza Oliveira são investigados após uma série de inconsistências e fragilidades das justificativas concedidas em depoimentos preliminares, como a ausência do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que estava de férias em Orlando, Estados Unidos, no dia da tentativa de golpe. Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Torres está preso, acusado de conivência com os atos criminosos do dia 8 de janeiro, e se manteve em silêncio no primeiro depoimento à PF.

O pedido de buscas contra Ibaneis e Fernando Oliveira foi pedido pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. Ele coordena o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, e teve a autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF, para avançar na operação que busca provas que esclareçam o papel das autoridades durante os atos terroristas.