Lula afirma que é 'urgente' que Mercosul feche acordo com UE antes de negociar com a ChinaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Lula afirma que é 'urgente' que Mercosul feche acordo com UE antes de negociar com a China
Declaração foi dada pelo presidente durante sua visita ao Uruguai, país que está em tratativas comerciais avançadas com Pequim
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou "urgente e necessário" que o Mercosul feche um acordo com a União Europeia, antes de negociar um tratado com a China, em visita ao Uruguai, país que está em tratativas comerciais avançadas com Pequim.
"É urgente e necessário que o Mercosul faça o acordo com a União Europeia. Eu ainda estava no primeiro mandato, em 2003, quando já se discutia esse acordo [...] Vamos intensificar as discussões com a UE. Vamos firmar esse acordo para que a gente possa discutir apenas um possível acordo entre China e Mercosul. Eu acho que é possível", disse Lula após se reunir com seu colega uruguaio, Luis Lacalle Pou, em Montevidéu.
O presidente do Uruguai disse que, apesar das tratativas entre seu país e a China, "não tem impedimento em informar ao Brasil, à Argentina, o que está negociando".
"Não escapa a ninguém o peso econômico, demográfico do Brasil [...] e se há uma decisão do presidente Lula em avançar com a China, nós podemos avançar", afirmou Lacalle Pou.
As negociações entre Montevidéu e Pequim, assim como o pedido de entrada no Acordo Transpacífico sem a anuência de seus parceiros do Mercosul, geraram tensões e os outros sócios alertaram que o bloco regional poderia rachar.
No entanto, Lacalle Pou foi claro ao afirmar que o Uruguai pertence ao Mercosul. "Temos esta vocação inalterada".
O Uruguai pede há anos uma maior flexibilidade ao Mercosul, assim como avanços nas negociações comerciais com a UE, um pedido que Lula considerou "mais do que justo".
"É justo querer produzir e vender mais. Por isso, é importante se abrir o quanto mais possível para o mundo dos negócios", disse Lula, ao mesmo tempo em que afirmou estar "totalmente de acordo" em renovar o Mercosul no "que for necessário".
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