Ataques em Brasília ajudam Pacheco na disputa pela presidência do SenadoFabio Rodrigues PozzebomAgência Brasil
Os ataques aos Três Poderes ainda devem dar a Pacheco mais votos. Isso porque MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania devem partir para o lado do atual presidente do Senado, por entender que o bolsonarismo causou os protestos que destruiu o Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
“Pacheco foi o mais favorecido. Alguns partidos até cogitaram em apoiar o Marinho e já estavam até negociando a Mesa Diretora. Os ataques mudaram o rumo e agora o Rodrigo deve nadar de braçada na disputa”, afirma um senador, sob condição de anonimato.
A expectativa é que Pacheco consiga mais de 50 votos, porém, esse número é teoria, já que o voto para a presidência do Senado é secreto. Senadores dos partidos citados acima poderão votar em Marinho, caso queiram, e não ouvir as orientações das bancadas.
Vira-casaca
Internamente, o próprio Pacheco não trabalha com 50 votos neste primeiro momento. Aliados alertaram para a possibilidade de parlamentares do MDB e União Brasil seguirem suas ideologias mais ligadas ao bolsonarismo e votarem em Rogério Marinho.
Interlocutores do ex-ministro lembram que os ataques em Brasília também devem influenciar nos votos da base aliada. Eles já esperam por ‘traições’ de senadores mais afastados de Bolsonaro.
“Alguns devem virar a casaca. Depois do Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], há uma preocupação do PL com o afastamento de seus pares do ex-presidente”, afirma uma fonte próxima do partido de Jair Bolsonaro.
Entretanto, Marinho também espera ‘traições’ de aliados de Pacheco. O ex-ministro acredita que conseguirá tirar votos do atual presidente no Senado nos próximos dias, quando a disputa se afunilará.
A votação para a presidência do Senado acontece no dia 1º de fevereiro, data de retomada dos trabalhos no Legislativo. Além de Marinho e Pacheco, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) corre por fora da disputa, com apoio apenas do próprio partido, que conta com seis parlamentares no Senado.
As eleições também acontecem na Câmara dos Deputados, onde Arthur Lira (Progressistas-AL) deve vencer com folga. O ex-aliado de Bolsonaro, e agora próximo de Lula, conseguiu unir PT e PL em sua candidatura.
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