Publicado 02/01/2023 13:18 | Atualizado 02/01/2023 13:24
Ivan Baron, 24 anos, foi uma das oito pessoas escolhidas para representar o "povo brasileiro" na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Todos subiram a rampa ao lado do novo chefe de Estado e a faixa, após passar por todas as mãos, foi colocada por Aline Sousa, catadora, neste domingo, 1º, em Brasília.
Com uma jaqueta com os dizeres "parem de nos excluir", "inclusão", "força", e riscando a palavra "anticapacitismo", ele subida a caminhada ao Palácio da Alvorada.
Além dele, também estavam o menino Francisco, de 10 anos, morador do Itaquera; cacique Raoni Metuktire, 90 anos, uma das principais lideranças indígenas do Brasil, reconhecido mundialmente; Weslley Rodrigues Rocha, de 36 anos, metalúrgico do ABC desde os 18 anos; Murilo de Quadros Jesus, 28 anos, professor de português e morador de Curitiba e Jucimara Fausto dos Santos, cozinheira e moradora de Maringá; Flávio Pereira, 50 anos, artesão que esteve presente na vigília em Curitiba durante a prisão de Lula; e Aline Sousa, 33 anos, mãe de sete filhos e faz parte da terceira geração de catadores da família.
Com mais de 600 mil seguidores no Tik Tok e mais de 410 mil no Instagram, Ivan é de Natal, no Rio Grande do Norte, e se apresenta nas redes sociais como "influenciador da inclusão". Ele tem paralisia cerebral, proveniente de uma meningite. Desde a posse, ele já ganhou mais de 28 mil novos seguidores nas redes sociais.
Com diversos conteúdos anti-capacitistas, Baron se viu estourar após um vídeo, no qual criticava uma fala de Juliette, no BBB21, onde ela chamava Gil do Vigor de "aleijado". O perfil dela, que ainda estava no reality, compartilhou a publicação no story. Quando Juliette saiu do programa, ela fez uma live no Instagram, que contou com a participação de Ivan, afim de alertar os seguidores sobre o capacitismo.
Durante a campanha presidencial de Lula, Ivan esteve presente em atos promovidos pela equipe do petista e foi notado pelo presidente após fazer um discurso sobre inclusão, que emocionou o político. "O ano era 2002 quando o Brasil acreditou no projeto de um homem que iria de fato mudar a nação, e ele mudou. Ele foi o presidente que investiu no SUS, e ele investiu tanto no SUS que o todo o meu processo de reabilitação foi pelo Sistema Único de Saúde. E não para por ai, veio o programa "Viver Sem Limites", que deu oportunidade a pessoas como eu (...) de estarem espaços de ampla visibilidade", declarou no evento, ao contar que o médico que o diagnosticou com meningite afirmou que ele não iria andar e nem falar. "Ele errou", afirmou Ivan.
Politizado, ele fez campanha para o presidente ao longo de toda a eleição. Um dia antes da posse, com uma foto de vermelho e "fazendo o L", escreveu no Instagram: "O pesadelo acabou! Amanhã é Lula presidente e a alegria tomando posse no nosso país".
Após a cerimônia, ele publicou o vídeo do momento e comemorou: "O povo brasileiro empossou o presidente! Que emoção estar vivendo esse momento depois que o governo Bolsonaro rechaçou nossa comunidade. Viva a democracia".
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