Busca por corpos em cativeiroDivulgação/PCDF
Publicado 25/01/2023 12:46
Todos os 10 corpos das vítimas da chacina no Distrito Federal cometida contra a família da cabelereira Elizamar Silva foram identificados. O último corpo que estava desaparecido era o de Ana Beatriz Marques de Oliveira, filha de Marcos Antônio, sogro de Elizamar, e Cláudia, ex-mulher dele. A confirmação de identidade foi feita na manhã desta quarta-feira, 25.
Na madrugada de terça-feira, 24, três corpos foram encontrados em uma fossa, em uma casa abandonada, que teria sido feita de cativeiro para a família. No mesmo dia, à tarde, foram identificados os corpos de  Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, marido de Elizamar e Claudia Regina Marques de Oliveira, 55.
As outras vítimas são Elizamar da Silva, 39, e os seus três filhos, que foram localizados carbonizados na região de Cristalina (GO); Marcos Antonio Lopes de Oliveira, 54, encontrado esquartejado no interior do cativeiro, ele e o filho eram acusados de encomendarem a morte da família; e Gabriela Belchior de Oliveira, 25, e a mãe dela, Renata Juliene Belchior, 52, que apareceram carbonizadas na região de Unaí (MG).
A Polícia Civil do Distrito Federal ainda não concluiu as investigações do crime, no entanto, três pessoas já foram presas e um quarto suspeito, identificado. São eles: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo e Carloman dos Santos Nogueira, conhecido como Carlinhos, que ainda está foragido.
A principal teoria é de que a motivação tenha sido por dinheiro. Todos moravam próximos a Marcos Antônio e sabiam que a família tinha recebido uma boa quantidade recentemente.
Carlinhos é acusado de ser um dos executores das vítimas. Digitais dele foram localizadas em vários locais do cativeiro e no veículo Senic, da Renault. Em 2018, ele foi indiciado como integrante de uma facção criminosa.
Ainda na terça, um adolescente, de 17 anos, o qual estaria envolvido no crime, foi apreendido. Ele foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), onde prestou depoimento. Ele também foi ouvido na 6ª DP, acompanhado do pai, como possível vítima do crime de corrupção de menores.
Havia a suspeita de que esse adolescente teria, em desfavor dele, mandado de busca e apreensão, expedido pela Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, por ocorridos anteriores. No entanto, na DCA I, foi verificado que não existia tal mandado ativo. Após os procedimentos legais, o adolescente foi liberado por não estar em situação de flagrante e não ter mandado de apreensão em aberto em seu desfavor.
Na madrugada desta quarta-feira, 25, a autoridade policial da DCA I representou, com base no artigo 174 do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, pela internação provisória do adolescente tendo em vista a gravidade social dos fatos e para assegurar a integridade física dele enquanto a DCA I promove a apuração do caso.
Cativeiro
De acordo com o delegado da 6ª DP, Ricardo Viana, a equipe de investigação conseguiu apreender um bilhete em que Thiago é atraído pelo grupo para a chácara e pedem para que a vítima vá até o local na companhia de Elizamar e as três crianças assassinadas.

Durante as diligências, os investigadores tiveram acesso às imagens do circuito da casa que fica ao lado do cativeiro. No dia 14, imagens mostram o momento em que os veículos deixam o local. Posteriormente, esse último veículo foi localizado queimado em Unaí.
Existem uma folha e um caderno com anotações dos nomes das vítimas, contas e senhas bancárias.

Ainda segundo o delegado Ricardo Viana, que coordenada as diligências do caso desde o dia 14 deste mês, a equipe de investigação batizou a operação de Inominada, com a finalidade de montar o quebra-cabeça das mortes ocorridas em série e de forma brutal, além de demonstrar a sua complexidade.
Relembre o caso
Elizamar Silva saiu conduzindo o seu veículo, na quinta, 12, levando seus três filhos, para Paranoá, a cerca de 40 quilômetros de Santa Maria, também no Distrito Federal.
De acordo com a polícia, ela seguiu para o local para buscar o marido, com quem não estava se relacionando, no condomínio da mãe dele.
Na sexta-feira, 13, o veículo foi encontrado carbonizado, com quatro corpos na mesma condição, na cidade de Cristalina, Goiás, a 100 quilômetros de Santa Maria.
No dia seguinte, 14, um outro carro com mais dois corpos também foram encontrados carbonizados, na Rodovia BR-251, na região da cidade de Unaí. O dono do veículo era o sogro de Elizamar.
No domingo, 15, o desaparecimento de mais quatro pessoas da família da cabelereira foi registrado: o marido, de 30 anos, pais das crianças que desapareceram; a sogra, de 52 e o sogro, 54; e a cunhada, irmã do esposo, de 25 anos.
 
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