Randolfe afirmou que parlamentar pode ter prevaricadoFabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Brasília - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional, afirmou que seu partido protocolará nesta sexta-feira, 3, uma ação contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES) no Conselho de Ética do Senado. O parlamentar do Espírito Santo disse na quarta, 1°, que foi convidado pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) para fazer parte de um plano de golpe de Estado.

“Não terá a CPI que ele quer, mas quero antecipar para todos vocês, terá Conselho de Ética, porque se ele presenciou as articulações para ocorrência de um golpe de Estado e não denunciou, no exercício da função pública, prevaricou”, comentou Randolfe em entrevista à GloboNews.

O senador explicou que, nas próximas semanas, Do Val vai sair da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência.

Randolfe deu detalhes de quais senadores estarão no Conselho de Ética: Omar Azis (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Humberto Costa (PT-PE).

Caso Marcos do Val
Na quarta, 1º, ele afirmou que se reuniu com o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e também com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) em dezembro para discutir um plano de golpe de Estado. Do Val teria a missão de grampear o ministro do STF Alexandre de Moraes para ter alguma frase que o comprometesse.

Segundo o senador, Bolsonaro teria dito que colocaria o magistrado na cadeia e Lula (PT) não assumiria o cargo de presidente.

“A ideia era que eu gravasse o ministro falando sobre as decisões dele, tentar fazer ele confidenciar que agia sem observar necessariamente a Constituição. Com essa gravação, o presidente iria derrubar a eleição, dizer que ela foi fraudada, prender o Alexandre de Moraes, impedir a posse do Lula e seguir presidente da República. Fiquei muito assustado com o que ouvi”, revelou à Veja.

O repórter da revista questionou se Bolsonaro tinha realmente dito tudo aquilo. “Disse”, confirmou do Val.

Porém, a cada entrevista dada, o senador mudou sua versão. Ele passou a dizer que o ex-presidente não falou nada e a ideia do golpe foi feita pelo Daniel Silveira. Em depoimento à Polícia Federal, o parlamentar relatou que Bolsonaro não disse nada na reunião, no entanto, demonstrou interesse no planejamento.

Nesta sexta, ele negou a versão dada por Alexandre de Moraes e disse que iria pedir o afastamento do ministro do caso. No entanto, o magistrado o respondeu com a ordem de abertura de investigação contra ele.