Atuação da Polícia Militar durante os atos golpistas de 8 de janeiro é alvo de investigação da PGR e do STFSergio Lima / AFP

Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para quebrar os sigilos bancário, fiscal, telefônico e de mensagens dos celulares dos policiais militares alvos da quinta fase da Operação Lesa Pátria.
Os agentes são suspeitos de omissão e facilitação durante a ação de apoiadores golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na invasão e depredação nas sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília.
"Somente com acesso aos dados telefônicos e às movimentações bancárias será possível a obtenção de provas do envolvimento dos representados nos atos antidemocráticos, como ameaça, incitação à violência e arregimentação de terceiros, bem como à identificação da origem do financiamento das ações ilícitas atentatórias ao regime democrático e à estrutura do Estado de Direito", diz a PGR.
Os alvos da operação são o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do DF, o capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da Polícia Militar, o major Flávio Silvestre de Alencar, envolvido na ação que "liberou" o acesso dos vândalos ao prédio do Supremo Tribunal Federal e o tenente Rafael Pereira Martins.
Nesta quinta fase estão sendo cumpridos três mandados de prisão temporária, uma de prisão preventiva e seis de busca e apreensão no Distrito Federal.
"As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas”, disse a Polícia Federal através de nota.
Na última sexta-feira, 3, a PF deflagrou a quarta fase da operação. Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal (STF), no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo.
Nas fases anteriores, a corporação cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 31 de busca e apreensão.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.