O presidente da Câmara dos Deputados , Arthur Lira (PP-AL), elogiou a postura do ministro da Fazenda Fernando Haddad ( PT ) e gerou ciúmes dentro do partido. Uma ala da legenda não gostou nem um pouco da boa relação criada pelo ex-prefeito de São Paulo com o parlamentar que comanda a Casa de Leis.
Em um evento organizado pelo Banco BTG, em São Paulo, Lira parabenizou Haddad por participar dos debates dentro do Congresso. Ele relatou que o ministro dialogou para que a PEC da Transição fosse aprovada pelos parlamentares e agora tem escutado sugestões para a reforma do Imposto de Renda e o projeto da nova âncora fiscal.
“O ministro Haddad, tem sido, e eu não deixo de reconhecer, tem sido uma das figuras mais importantes do PT no diálogo com o Congresso. Ele não tem se ausentado, tem conversado dialogado, mostrado interesse na discussão desses temas”, declarou o presidente da Câmara.
A articulação do ministro da Fazenda não é uma surpresa para a direção do PT. No período em que esteve à frente do Ministério da Educação, Fernando conversava frequentemente com deputados e senadores, tanto que ele gosta de dizer em entrevistas que “nunca teve um projeto reprovado no Congresso Nacional”.
Mesmo com um parlamento mais de centro-direita, Haddad se colocou à disposição para debater os planos do governo federal. E Lira e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, se tornaram dois aliados do ministro.
Ala do PT sente ciúmes com relação de Haddad com Lira
O PT possui dezenas de correntes e há quem não aprova Haddad no Ministério da Fazenda. Um grupo de petistas considera o professor “tucano demais” e com visão que se aproxima do liberalismo e da “burguesia”.
Muitos dentro do PT apostavam que o ex-prefeito não teria sucesso, porque teria dificuldade em dialogar com o Congresso. Com o elogio de Lira, além do apoio do Banco Central, Haddad ganhou um “carimbo” para seguir colocando em prática seu projeto econômico.
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