Foram registradas 48 mortes após a tragédia, segundo a Polícia Militar Rovena Rosa/Agência Brasil
“Pessoas desaparecidas são aquelas que os familiares comunicaram que o parente não voltou para casa. O posto de comando de São Sebastião tinha o registro de 36 pessoas desaparecidas ontem. Dessas 36 pessoas desaparecidas, houve comparação com a lista de identificação dos corpos e 11 pessoas já foram identificada”, explicou o secretário.
“Mas, segundo o relato de moradores, residentes que estariam com toda a família ali no local, principalmente na Barra do Sahy [em São Sebastião], pode ser que tenham tido suas casas afetadas e estejam soterradas. Pode então haver a possibilidade de ninguém ter dado a falta de algumas pessoas e essas pessoas terem sido vítimas de soterramento. Estamos fazendo essa projeção porque estivemos lá no local conversando com os moradores”, disse Derrite.
“Estamos com uma operação lá que vai durar 30 dias em apoio àquela comunidade. É uma operação humanitária que envolve o socorro às pessoas feridas, o resgate de pessoas que estejam soterradas e também a condução nas rodovias. O fato de se tirar os turistas de lá é também nosso trabalho. Conseguimos fazer uma retirada significativa de mais de 40 mil veículos da região somente nesse final de semana”, informou o comandante da Polícia Militar (PM) de São Paulo, coronel Cássio de Freitas. Nesta quarta, informou ele, foram enviados mais 120 policiais militares especificamente para apoiar nessa operação, somando-se aos 468 homens que já estão trabalhando no local para as missões de busca e salvamento.
“Boa parte dos moradores ali da Barra do Sahy (em São Sebastião) estão alojados no Instituto Verdescola. São mais de mil moradores. Mesmo que a casa desses moradores não tenha sido afetada, a orientação da Defesa Civil e dos Bombeiros é para que esses moradores fiquem também no Instituto Verdescola até que esse mal passe e uma nova análise possa ser feita para que eles voltem a ocupar suas residências. Então, o que existe, por parte dessa população, é uma preocupação primeiro de que a casa seja saqueada. E também uma resistência de não querer sair da residência”, explicou o secretário.
Segundo Guilherme Derrite, o governo estadual chegou a entrar na Justiça para obter uma condução coercitiva caso o morador se recuse a deixar a residência em situação de risco. “Mas isso não foi necessário até o momento”, falou o secretário.
A enxurrada que atingiu os municípios do litoral norte de São Paulo nesse fim de semana é considerada uma das maiores tragédias da história do estado, segundo o governo. O temporal foi também o maior acumulado de chuva que se tem registro no país, com 682 milímetros e um rastro incalculável de destruição.
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