Senador Flávio BolsonaroFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Até o governo Jair Bolsonaro (PL), o sócio do novo diretor do Ministério das Comunicações era um advogado que atuava fora dos holofotes. A relação com o filho mais velho do presidente, porém, jogou luz sobre sua influência entre políticos bolsonaristas. Na CPI da Covid, o relator dos trabalhos, senador Renan Calheiros (MDB-AL), tentou investigar Willer Tomaz por causa das relações dele com Flávio.
Amizade
A estratégia política obrigou o filho do ex-presidente a expor sua relação com o empresário. Em raro discurso, Flávio disse, na ocasião, ser "injusta" a citação ao seu "amigo". Ele protocolou uma representação contra Renan na Procuradoria-Geral da República (PGR), na qual se referia ao advogado como uma pessoa de seu "convívio pessoal".
Tomaz entrou na área da comunicação privada em 2021, quando adquiriu rádios e a TV Difusora, afiliada do SBT no Maranhão. Foi para essa TV que Juscelino concedeu uma de suas primeiras entrevistas como ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Profissional
Procurado, Malva Neto disse que sua indicação foi "estritamente profissional". Afirmou que comunicou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o novo cargo e se afastou do escritório. Nos registros da Receita, porém, ele ainda aparece no quadro societário da empresa de advocacia de Tomaz.
"Chegando um pedido dele (Tomaz) ou de qualquer outro radiodifusor, vai ser atendido dentro da ordem cronológica", afirmou.
Em nota, a assessoria de Juscelino afirmou que a escolha de Malva Neto se deu pelo fato de o diretor "conhecer a área". "Foi nomeação técnica, que passou pelo crivo da Casa Civil e outras verificações. É ilação associar esse trabalho às relações societárias de terceiros", diz o comunicado.
Juscelino tem causado constrangimento no governo. Nesta semana, o Estadão revelou que ele usou avião da FAB e recebeu diárias para cumprir uma agenda majoritariamente privada em São Paulo, onde participou de leilão de cavalos.
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