Paulo Caruso era considerado um dos maiores cartunistas e chargistas do BrasilTV Cultura/Divulgação

São Paulo - O cartunista e chargista Paulo Caruso morreu neste sábado (4), aos 73 anos, em São Paulo, em decorrência de um câncer.
Irmão gêmeo do também caricaturista, ilustrador, chargista e músico Chico Caruso, Paulo José Hespanha Caruso, seu nome de batismo, era considerado um dos maiores em sua área no Brasil. 
Nascido na capital paulista em 6 de dezembro de 1949, Paulo, apesar de possuir uma trajetória individual bem marcante, nunca deixou de fazer parceria com o irmão. Afirmava ter começado a desenhar junto com Chico aos 4 anos, ambos foram incentivados pelo avô materno. 

Começou a vida profissional no “Diário Popular” no final da década de 1960 e também colaborou com os jornais “Folha de S.Paulo”, “Movimento” e o "Estado de São Paulo".
Ficou ainda mais conhecido por integrar a equipe do programa "Roda Viva", na TV Cultura, onde produzia charges, ao vivo, de acordo com frases e trejeitos do entrevistado, desde 1987.
Formado em Arquitetura pela FAU - USP, não seguiu carreira na área. Brilhou, também, com trabalhos em  "O Pasquim", além das revistas "Careta", "Senhor" e "Istoé".

Entre os diversos livros publicados, destaca-se "As Origens do Capitão Bandeira", de 1983, "Ecos do Ipiranga" (1984) e "Bar Brasil na Nova República" (1986). Além disso, escreveu "São Paulo por Paulo Caruso - Um Olhar Bem-Humorado sobre Esta Cidade (2004)", em homenagem aos 450 anos da capital.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Caruso. "O seu traço veloz e seu humor já são parte da memória nacional. Contribuiu com seu talento na luta pela democracia e por um país com direito à liberdade de expressão. Meus sentimentos ao seu irmão, Chico, aos seus familiares, amigos e admiradores', disse Lula em nota.
O cartunista recebeu vários prêmios, entre eles, o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1994.
A família ainda não divulgou horário e local do sepultamento.