MPF abre ação contra vereador e pede indenização a trabalhadoresReprodução/RBS TV

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação contra o vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul (RS), pedindo que ele pague indenização de, no mínimo, R$ 250 mil por danos morais coletivos pelas ofensas feitas contra trabalhadores nordestinos encontrados em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul.

Na ação, o MPF pede que o valor seja destinado a projetos e campanhas contra o trabalho escravo e a xenofobia, ou a iniciativas em Caxias do Sul que promovam a cultura baiana.
Relembre o caso
Na última terça-feira (28), Fantinel disse, em discurso na tribuna na Câmara de Vereadores, disse que os baianos "vivem na praia, tocando tambor" e sugeriu que agricultores e empresas agrícolas contratem trabalhadores argentinos, ao invés de "aquela gente lá de cima", em referência aos nordestinos.

As declarações foram dadas a respeito do resgate de 207 trabalhadores de uma colheita de uva, no último dia 22, em um alojamento em Bento Gonçalves (RS). Eles foram encontrados em condições precárias de trabalho e análogas à escravidão.

A Câmara Municipal de Caxias do Sul aprovou, por unanimidade, a abertura do processo de cassação do vereador , que está sem partido após ser expulso do Patriota devido as declarações. Já a Polícia Civil da cidade instaurou inquérito para apurar crime de racismo nas falas do parlamentar.

Lamentável o vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul. Diz que criará grupo para vinícolas acusadas de trabalho escravo contratarem argentinos e não 'baianos' que só sabem “viver na praia tocando tambor". Claro, só podia ser bolsonarista.
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— GugaNoblat (@GugaNoblat) February 28, 2023 " target="_blank" rel="noopener noreferrer">