Fantinel também é acusado de xenofobia e racismo contra baianos vítimas de trabalho escravoReprodução
Dino quer PF na cola de vereador que ligou ministro do STF à pedofilia
Fala foi feita oficialmente durante uma sessão na Câmara Municipal de Caxias do Sul
Flávio Dino, ministro Justiça e Cidadania, solicitou nesta terça-feira, 7, que a Polícia Federal abra uma investigação contra o vereador Sandro Fantinel (sem partido), de Caxias do Sul (RS).
O político fez uma acusação, sem provas e gravíssima, contra um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que um magistrado da Suprema Corte participou do crime de pedofilia.
Dino pediu que pela fala imprudente, o caso seja incluído nos inquéritos que apuram a disseminação de fake news e também no processo sobre os atos antidemocráticos pelo país, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 17 de novembro do ano passado, o vereador afirmou que 'um ministro do STF' participou de uma 'orgia com crianças' fora do Brasil. A fala foi feita oficialmente durante uma sessão na Câmara Municipal de Caxias do Sul aos colegas e também com registro público nos documentos do parlamento da cidade gaúcha.
“Um ministro do Supremo Tribunal Federal participou de uma orgia com crianças fora do Brasil. Como um cara desse vai permitir que sejam criadas leis mais severas para quem comete esse crime aqui dentro?”, disse à época o político conservador.
Fantinel, que segue o roteiro padrão dos bolsonaristas radicais, se envolveu em uma polêmica recente após desferir comentários xenófobos e racistas contra trabalhadores baianos vítimas de trabalho escravo em vinícolas gaúchas.
Relembre o caso:
O vereador Fantinel subiu na tribuna da Câmara de Vereadores e pediu que os produtores da região "não contratem mais aquela gente lá de cima", em referência aos trabalhadores baianos.
Ele acrescentou que "a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor". O vereador se referia trabalhadores da Bahia, contratados para a colheita da uva encontrados em condições semelhantes a escravidão, colocados um alojamento em Bento Gonçalves (RS).
Vinícolas sofrem 'boicote' e são canceladas por usuários contra trabalho escravo:
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) ajuizou uma ação civil pública contra o vereador para o pagamento de indenização de R$ 300 mil pelas falas deploráveis.
Mais de 200 trabalhadores foram recrutados pela empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. para fazerem a colheita para as vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi.
Por meio de nota, as três vinícolas afirmaram 'desconhecer a situação' e que apenas usavam o serviço da terceirizada. Grande parte dos trabalhadores voltou para suas cidades de origem, alguns deles também receberam indenizações.
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