Caciques do PL avaliam que é melhor Bolsonaro a adiar o retorno ao BrasilReprodução/TV Brasil
Só que a poeira abaixou e o PL confirmou que não tinha nenhuma chance do Supremo determinar a prisão preventiva de Bolsonaro. Precisando fazer uma cirurgia, o ex-presidente bateu o martelo e avisou aos aliados que estaria em solo brasileiro entre março e abril.
No fim de fevereiro, ficou definido que seu retorno ocorreria dia 15 de março. Não por acaso, bolsonaristas passaram a divulgar a data nas plataformas digitais. O ex-chefe do Executivo federal iria viajar pelo Brasil, assim como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No entanto, o escândalo das joias de diamantes acendeu o sinal amarelo em todos do PL. A primeira ordem é fazer com que Michelle fique “sumida” para que a imprensa não a jogue “na fogueira”, prejudicando sua credibilidade, principalmente entre o público feminino.
Agora o segundo passado dado é o trabalho de convencimento para que Bolsonaro siga nos Estados Unidos. Lideranças do partido não conseguem mais garantir a liberdade dele, caso retorne ao Brasil.
Bolsonaro avisou que decidirá com a sua família qual caminho deve seguir. A tendência é que ele assuma o risco e volte para o Brasil. No entanto, após fazer cirurgia, ele deve retornar para os Estados Unidos.
O primeiro pacote
Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado oito vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
O ex-chefe de Ajudância de Ordens de Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid, enviou em 28 de dezembro de 2022 um ofício à Receita Federal pedindo a liberação das joias apreendidas.
No documento, Cid mandatava o assessor Jairo Moreira da Silva, primeiro-tenente da Marinha, a embarcar para São Paulo e retirar as joias.
No ofício, é claro o esforço por parte do então Gabinete do Presidente da República de reter as joias antes do fim do governo, no entanto, isso não caberia ao tenente-coronel Cid nem a ninguém do gabinete de Bolsonaro. Pela lei, presentes deste tipo são catalogados e enviados para o acervo da Presidência.
O segundo pacote
Um documento chegou nas mãos dos policiais federais no qual há informações que dão indícios que os itens foram computados como bens pessoais do antigo mandatário. Porém, a lei afirma que os objetos devem ser patrimônio do Estado.
O conjunto foi entregue pelo governo saudita para a comitiva de Bolsonaro em outubro de 2021. Os objetos são: relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard.
A PF incluiu o documento no inquérito e agora escutará funcionários que fizeram o transporte do material e listaram como bem particular. Os policiais federais analisarão se o ex-presidente pegou as joias e levou para fora do país.
Os investigadores apontam possível crime de descaminho, pois as joias entraram sem pagamento de imposto, não podendo entrar no acervo particular de Bolsonaro.
O segundo conjunto de presentes não foi apreendido pela Receita Federal.
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