Vacina contra varíola dos macacos começa a ser aplicada no dia 13Reprodução
Vacina contra varíola dos macacos começa a ser aplicada no dia 13
Esquema de vacinação é de duas doses (com 0,5 ml cada), com quatro semanas de intervalo (28 dias)
São Paulo - Com 46 mil doses à disposição do Programa Nacional de Imunizações, o Ministério da Saúde se prepara para dar o pontapé inicial da campanha de vacinação contra a mpox (varíola dos macacos). A aplicação do imunizante começa na próxima segunda-feira, 13, conforme informou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Para a vacinação pré-exposição, estarão elegíveis pessoas que vivem com HIV/Aids que tenham "contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células", e profissionais que trabalham diretamente com orthopoxvírus em laboratórios.
Para a pós-exposição, entram no grupo contatos de pacientes com suspeita ou confirmação da doença, classificados como exposição de risco alto ou médio.
Como não há mais disponibilidade de imunizante (o ministério havia comprado 49 mil, mas só recebeu 46 mil), a estratégia de vacinação segue enquanto durarem os estoques.
O esquema de vacinação é de duas doses (com 0,5 ml cada), com quatro semanas de intervalo (28 dias).
A primeira remessa de imunizantes, com 9,8 mil unidades, foi recebida pelo Brasil ainda em outubro. Por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia aprovado a utilização das vacinas Jynneos/Imvanex ainda em agosto, prorrogando a dispensa de registro por mais seis meses em fevereiro deste ano.
CASOS
O informe técnico enviado a Estados e Municípios traz dados do surto no País até a semana 7 de 2023 (12 a 18 de fevereiro). No total, houve notificação de 50.803 casos suspeitos para mpox: 10 301 (20,3%) foram confirmados; 339 (0,7%) classificados como prováveis; 3.665 (7,2%), suspeitos e 36.498 (71,8%), descartados No período, foram registradas 15 mortes.
A curva de casos mostra um crescimento a partir de julho e pico em agosto. Depois, a partir de setembro, tendência de queda, embora casos sigam sendo notificados.
"Felizmente o cenário epidemiológico é de declínio", afirma Ethel. "Como o vírus ainda está circulando - não há eliminação, mas controle - é importante vacinarmos para maior proteção dos mais vulneráveis ao desenvolvimento de quadros clínicos mais graves ou mais expostos ao vírus."
Questionada sobre o porquê de a vacinação começar só agora, Ethel disse que "recebemos (o governo) com as doses sem uso e pedimos à Anvisa autorização para utilizar as vacinas". O ex-ministro Marcelo Queiroga disse que a área técnica recomendou uma pesquisa, mas até o final da gestão o protocolo não havia sido aprovado.
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