Gladson Cameli deve entregar o passaporte nas próximas 24h Geraldo Magela / Senado Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra lavagem de dinheiro contra empresário e agentes públicos do governo do Acre, na manhã desta quinta-feira, 9. Ao todo, os policiais cumprem 89 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal. A ação é uma nova fase da operação Ptolomeu, iniciada em 2021, e que tem o governador do estado, Gladson Cameli, entre os investigados. 
No total, a pedido da PF, foi autorizado o sequestro de R$ 120 milhões em bens dos investigados. No caso de Cameli, são alvos da medida veículos, uma aeronave e imóveis avaliados em mais de R$ 10 milhões. O governador também deve entregar o seu passaporte nas próximas 24h. 
Outra medida autorizada foi o afastamento de 34 agentes públicos e a suspensão da atividade de 15 empresas. Também são investigados o irmão e o pai do gestor estadual.
A ação conta com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal e cumpre 89 mandados de busca e apreensão no Acre, Piauí, Goiás, Paraná, Amazonas e Rondônia e Distrito Federal. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Segundo a PF, as investigações indicam a existência de uma "organização criminosa, controlada por agentes políticos e empresários ligados ao Poder Executivo estadual acreano, que atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos, através da lavagem de capitais".
Na primeira fase da operação, em dezembro de 2021, o governador foi alvo de busca e apreensão e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento da coordenadora do seu gabinete, do secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia e de outros dois servidores.
Além disso, a PF aprendeu mais de R$ 3 milhões em veículos, relógios, joias, celulares e dinheiro vivo (euro, dólar e real). O apartamento de Cameli também foi alvo de buscas na época.
Gladson Cameli se elegeu governador do Acre em 2018 e foi reeleito para um segundo mandato no ano passado.
As duas primeiras fases da operação foram realizadas quando a PF e o Ministério Público (MP) identificaram a atuação de uma suposta organização criminosa para desviar recursos públicos do governo do Acre e ocultar a origem do dinheiro.
Nesta nova fase, o objetivo é bloquear bens para, no futuro, ressarcir os cofres públicos. A operação tramita em sigilo no STJ.