Adolescente atacado por um tubarão na semana passada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, teve a perna direita amputadaJoseph Prezioso / AFP
Cerca de R$ 1,5 milhão vai para o Porto de Suape, que fica entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Grande Recife. Os R$ 500 mil restantes serão aplicados em estudos, por meio de edital da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia, para prevenção de tubarões e também da invasão do peixe-leão, espécie de peixe da Ásia que está trazendo riscos para o litoral brasileiro.
Como o peixe-leão não tem predadores naturais na costa brasileira, pesquisadores vêm alertando que o crescimento desordenado dessa espécie coloca em risco o equilíbrio da vida marinha.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco também vai participar desse trabalho de prevenção contra tubarões e deve instalar vinte receptores acústicos para acompanhar a presença de tubarões na região; e estão previstas 24 expedições para captura e marcação das espécies tigre, cabeça-chata e galha preta.
De acordo com o reitor da universidade, Marcelo Leão, a instituição tem cerca de 40 estudos sobre tubarões, mas a parceria com o Cemit, que é o Comitê Estadual de Monitoramento, foi descontinuada em 2015. A ideia agora, segundo o reitor, é retomar a parceria, junto com outras universidades públicas.
"Além de assinarmos um protocolo de intenções, estamos reestruturando o Cemit, a Rural volta a ser protagonista. Sugerimos a participação da Federal de Pernambuco e da Universidade de Pernambuco, já de se tratar de um problema multidisciplinar que precisam de outros conhecimentos e sempre agregar essas universidades é um processo de extrema importância".
A pesquisadora em pesca da UFRPE, Ilka Branco, explicou que os acidentes recentes ocorreram durante uma grande amplitude de maré. Isso aumenta a probabilidade de tubarões entrarem no canal que existe na costa.
De acordo com boletim médico mais atualizado, os dois adolescentes vítimas de ataque nesta semana continuam internados com quadro de saúde estável e sem previsão de alta. Cada um deles teve um membro amputado por causa da gravidade dos ataques e não apresenta sinais de infecção.
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