Ataques no Rio Grande do Norte podem ser uma reação às precárias condições nos presídiosTwitter/Reprodução
O MNPCT é um órgão do estado, associado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que tem como objetivo prevenir e combater a tortura e outras formas de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
Desde terça-feira, 14, o estado tem sido alvo de ataques atribuídos a uma facção que atua nos presídios locais. As autoridades locais afirmam que os crimes são uma reação a ações policiais que apreenderam drogas e armas nos últimos 15 dias.
Inspeções nos presídios
O Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura realizou inspeções conjuntas com a Defensoria Pública estadual, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e Cidadania e com o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura .
Inspeções similares já haviam sido realizadas em unidades do estado em 2017 e 2018, após o massacre em Alcaçuz . Após a última visita, o governo estadual e o Ministério Público Estadual foram informados sobre a situação nas unidades inspecionadas por meio de ofícios.
Muitos deles sem tratamento adequado, levando a situações como a de detentos "escarrando sangue" por complicações de tuberculose. A falta de uma alimentação adequada está agravando o estado de saúde dos presos.
As informações foram divulgadas pelo portal G1, que questionou as falas do Secretário de Segurança do estado.
A inspeção do MNPCT registrou casos de comida fornecida com baixo valor nutricional e, muitas vezes, servida estragada. De acordo com a Lei de Execução Penal , o Estado brasileiro é responsável por garantir a alimentação, instalações sanitárias e assistência à saúde aos detentos sob sua custódia, incluindo serviços médicos, farmacêuticos e odontológicos. No entanto, nas celas inspecionadas, a perita constatou que havia pessoas feridas ou com evidências físicas de tortura.
O sistema prisional do estado está superlotado, com 7.804 presos disputando apenas 6.353 vagas, o que representa um déficit de 1.451 vagas, de acordo com a Secretaria de Estado da Administração Pública (Seap).
Nesta quarta-feira, familiares de presos organizaram um protesto na BR-101 em Natal. Eles fecharam faixas da rodovia em manifestação contra as condições precárias a que seus entes queridos estão submetidos.
O Ministério Público Estadual do RN se manifestou por meio de nota.
"a) um possível suicídio de um interno da Unidade Psiquiátrica de Custódia e Tratamento (UPCT);
"b) a alegada irregularidade na ampliação da referida UPCT, onde está sendo construído um alojamento para mulheres que cumprem medida de segurança (só existiam vagas masculinas).
"As providências cabíveis estão sendo tomadas em relação a esses dois pontos."
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