Criminosos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de MoroFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) investiga a suspeita do envolvimento de policiais civis e militares do estado no caso da facção criminosa que pretendia atacar o senador Sergio Moro (União Brasil) e outras autoridades. A apuração da SSP investiga se os agentes vazaram dados do Sistema Detecta para o grupo.
A ferramenta, implantada pelo Governo do Estado em 2014, é usada para a fiscalização do trânsito, mas também para a localização e prisão de criminosos. As informações são do Blog da Andréia Sadi, do G1.

O Detecta conta com mais de 3 mil câmeras e está integrado aos bancos de dados das polícias civil e militar. Segundo o relatório da Operação Sequaz, a facção criminosa também utilizava esse sistema para conseguir informações das forças de segurança pública.

Em fevereiro deste ano, houve uma troca de mensagens interceptada pelos investigadores da Polícia Federal. Um dos integrantes da quadrilha diz:

"Parceiro. boa noite, tranquilo?" Depois de mandar a foto da placa de um carro, ele pede mais detalhes sobre o deslocamento do veículo, em um período específico e pede que a consulta seja feita pelo Sistema Detecta:

"Consegue dar uma força pra mim, pra vê (sic!) lá no Detecta, lá?" Minutos depois, o cadastro completo foi enviado para a quadrilha, como nome do proprietário, número do chassi e onde o carro foi emplacado.

O veículo em questão era uma viatura da Polícia Civil de São Paulo, usada em ações de inteligência.

Segundo a SSP, se confirmado o envolvimento de algum policial, "o responsável será levado à Justiça, onde será responsabilizado". A cúpula da Polícia de São Paulo determinou sigilo total do caso e investigação rigorosa.