Datafolha: 73% dos entrevistados são contra garimpo ilegal em terras indígenas. Na foto, Polícia Federal e Ibama queimam bens de garimpo ilegal em Roraima em 2022 Reprodução/Ibama

São Paulo - A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (7), mostra que 73% dos entrevistados são contra o garimpo ilegal nas Terras Indígenas Yanomami. Ainda, e 75% concordaram que os empresários que se beneficiam da exploração devem ser punidos pela Justiça.
Os dados fazem parte da pesquisa do instituto que avalia os três primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento ouviu 2.028 pessoas maiores de 16 anos em 126 municípios entre os dias 29 e 30 de março.
Os 73% contra o garimpo é um número menor do que o resultado de uma pesquisa feita 2019, quando o número de pessoas contrárias a essa exploração chegou a 86%.
Na pesquisa deste ano, 79% acham que indígenas devem realizar atividades econômicas em seu território, em vez de receber ajudas do governo federal.
Já entre empresários entrevistados, 36% opinaram a favor de atividades do garimpo dentro de território indígena. Neste nicho, 51% também concordam que o garimpo é a principal causa de mortes entre indígenas.
O levantamento ainda questionou sobre o principal motivo de morte dos indígenas Yanomamis e, num total, 70% consideram que o garimpo ilegal é o responsável, enquanto 24% discordam e 6% não souberam responder.
Espaço aéreo fechado
Na noite de ontem (6), a Força Aérea Brasileira voltou a fechar o espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami para acelerar a saída de garimpeiros ilegais que ainda estão na região.
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), foi estabelecida uma Zona de Identificação de Defesa Aérea (Zida) no espaço aéreo da terra Yanomami, com a proibição do tráfego aéreo, à exceção de aeronaves militares ou a serviço dos órgãos públicos envolvidos na Operação Yanomami, desde que previamente submetidas ao processo de autorização de voo.
“A Zida foi dividida em três áreas: uma reservada (Área Branca); uma restrita (Área Amarela); e uma proibida (Área Vermelha), esta última coincidente com a reserva Yanomami”, disse a FAB.
As aeronaves que descumprirem os requisitos e regras estabelecidas estarão sujeitas a medidas de policiamento do espaço aéreo e às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (Mpea).