Torres é investigado por suposta omissão na contenção dos atos antidemocráticosMarcelo Camargo/Agência Brasil
No fim de março, o ex-ministro do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) trocou a equipe de defesa, que antes era comandada pelo advogado Rodrigo Rocca, e contratou Eumar Roberto Novacki, que já foi chefe da Casa Civil do Distrito Federal no governo de Ibaneis Rocha.
Torres está preso desde 14 de janeiro após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. O ministro já negou outro pedido de liberdade apresentado pela defesa de Torres.
Em manifestação apresentada ao Supremo, Novacki ressalta que Torres tem três filhas — de nove, 11 e 13 anos — e que é preciso respeitar o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, "de forma a evitar que o poder público, sempre que possível, interfira no seio familiar, privando os filhos do convívio com os pais".
O advogado afirmou que as filhas apresentaram prejuízo pela distância do pai. "Após a decretação da custódia cautelar do requerente, suas filhas, infelizmente, passaram a receber acompanhamento psicológico, com prejuízo de frequentarem regularmente a escola. Acresça-se a isso o fato de a genitora do requerente estar tratando um câncer", escreveu.
O advogado escreveu que o ministro "mostrou que a impunidade é algo inconcebível no Estado Democrático de Direito" e que o tribunal "agiu com a energia necessária que o momento exigia".
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