Servidor confirmou telefonema de Bolsonaro para tentar liberar as joiasIssac Nóbrega/PR
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da presidência Marcelo Vieira afirmou ter recebido uma ligação e que conversou com Bolsonaro sobre o ofício. Vieira, porém, não se lembra de quem fez o telefonema.
No depoimento, Vieira afirmou que dera explicações técnicas à Bolsonaro e que recebera um “ok, obrigado” de retorno. Após o caso, não houve mais tratativas para a assinatura do ofício.
Entenda o caso
O primeiro pacote de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões, foram entregues pelo governo árabe para Michelle Bolsonaro. Entre os presentes, estavam um anel, colar, relógio e brincos de diamantes.
Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
O segundo pacote de joias doadas pelo governo da Arábia Saudita foi incorporado no acervo pessoal de Jair Bolsonaro. O estojo com relógios, peças para paletós e outros artigos masculinos tem valor estimado em R$ 400 mil.
Já o terceiro conjunto foi entregue em mãos para Bolsonaro em 2019, durante uma viagem a Doha, no Catar, e a Riade, na Arábia Saudita. A caixa contém um relógio Rolex, uma caneta Chopard, abotoaduras, anel e uma espécie de rosário árabe. O conjunto, de ouro branco e diamantes, é avaliado em mais de R$ 500 mil.
Após receber as joias, o ex-presidente chegou a pedir que esses itens fossem armazenados em uma caixa de madeira clara, com o símbolo verde do brasão de armas da Arábia Saudita e que fossem guardados no acervo privado da Presidência. De acordo com as informações obtidas pelo jornal, há uma confirmação disso no dia 8 de novembro de 2019, feita pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência.
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