Atuação da PRF às vésperas dos turnos das eleições, em especial no Nordeste, é alvo de investigação da CGUDivulgação / PRF

Brasília - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, região na qual o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era favorito na disputa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em comparação, no Sudeste houve 571 no mesmo período, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2022, vésperas e dia do 2º turno das eleições presidenciais.
A informação foi divulgada pela jornalista Andrea Sadi, da 'GloboNews', que teve acesso a um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU) com os dados.
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres teria ido pessoalmente à Bahia pedir que a corporação empenhasse esforços em blitz que supostamente dificultariam a movimentação de eleitores na região onde Lula era favorito.
Torres teria promovido o encontro na Bahia baseado em um mapeamento de cidades onde o efetivo policial deveria ser reforçado, coincidentemente ou não, as cidades eram aquelas onde Lula teria recebido mais votos no primeiro turno.
O então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, chegou a declarar voto em Bolsonaro um dia antes do 2º turno em uma postagem nas redes sociais. A corregedoria do órgão desarquivou as investigações sobre a atuação da corporação nas eleições e uma nova apuração pode levar à cassação da aposentadoria de Vasques.
O ex-ministro Anderson Torres está preso suspeito preventivamente por suspeitas de sua atuação e suposto envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, após posso do presidente Lula.