Coronel Cid, à esquerda de Jair Bolsonaro, atuava como braço direito do ex-presidente da RepúblicaAlan Santos/PR
Mauro Cid era considerado o braço direito do ex-presidente. Holzschuk era subordinado ao tenente-coronel na Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República.
O ex-assessor disse ainda a PF que conversou com Cid por Whatsapp sobre a liberação das joias nos 28 e 29 de dezembro de 2022. Cid já não cita a conversa quando depôs, ele afirma que é função do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) determinar se um bem recebido irá para o acervo público ou privado do presidente.
Tentativa de pegar as joias
O ex-assessor também afirma que entrou em contato com a secretária da Ajudância de Ordens, a militar da Aeronáutica Priscilla Esteves das Chagas de Lima, para ela preparar os documentos necessários para concluir o trâmite de recebimento de um presente do exterior pelo então presidente.
Quando depôs à PF, Priscilla disse que um ofício foi preparado por ela para notificar a conclusão do processo, caso as joias fossem retiradas da Receita Federal.
Após o fracasso do plano, Cleiton pediu para que Priscilla apagasse o ofício.
Depoimento de Bolsonaro
"O declarante [Bolsonaro] solicitou ao ajudante de ordens, coronel Cid, que obtivesse informações a cerca de tais fatos; que o ajudante de ordens oficiou a Receita Federal para obter informações; que neste interim o declarante estabeleceu contato com o então chefe da Receita Federal, Júlio, cujo sobrenome não se recorda, e salvo engano, determinou que estabelecesse contato direto com o ajudante de ordem; que as conversas foram pessoalmente, pelo o que se recorda", diz um dos trechos do depoimento do ex-presidente dado para a Polícia Federal de São Paulo.
As joias foram entregues para a comitiva do então ministro Bento Albuquerque e tinham como destino para Jair Bolsonaro. Porém, os produtos não podiam ser incluídos no acervo pessoal do ex-presidente e sim do governo federal, porque não houve declaração para a Receita e nem pagamento de impostos. O ex-mandatário garante que nunca falou do tema com o ex-ministro.
Bolsonaro também relatou que jamais “decidia ou era consultado, ou mesmo opinou, quanto à classificação, entre o acervo público ou privado de interesse público".
Os produtos foram vistos na mala de um assessor do Ministério de Minas e Energia e não tinha nenhuma declaração feita para a Receita como item pessoal, o que determinaria o pagamento de impostos. Por conta disso, as joias foram confiscadas.
Bolsonaro, Michelle, ministros e ex-funcionários do antigo governo são investigados pela Polícia Federal.
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