Carmen Silva concorreu ao cargo de deputada estadual pelo PSBReprodução/Redes Sociais

Carmen Silva, líder do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) de São Paulo, assume cargo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Ela agora é chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade da pasta do vice-presidente Geraldo Alckmin, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços .

"É uma grande honra poder contribuir para a promoção da participação social, igualdade de gênero, étnica e racial, a proteção dos direitos humanos e o enfrentamento das desigualdades sociais e regionais. Mas, acima de tudo, essa é uma oportunidade de levar a voz e as demandas da sociedade civil para dentro do governo e fortalecer os mecanismos democráticos de diálogo e atuação conjunta", disse Carmen Silva.

A nomeação da líder do MSTC ocorre em meio a uma crise entre o movimento e o governo. No chamado Abril Vermelho, acontece invasões do MST buscando realização da reforma agrária.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT) tem repudiado as invasões. Recentemente, em Pernambuco, o MST invadiu uma propriedade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

"Eu condeno veementemente qualquer ato que danifique áreas e processos produtivos. Não é a melhor forma de lutar para qualquer coisa. Temos outros instrumentos para as mais variadas lutas. É muito importante a agricultura familiar, viabilizar economicamente os assentamentos rurais que nós temos, melhorar a qualidade de vida nesses territórios, porque boa produção da agricultura familiar significa comida saudável na mesa do nosso povo", disse Padilha.
Na sexta-feira, 21, o ministro voltou a criticar as ações do grupo, dizendo que existem "outras formas de lutar" e reivindicar direitos.

Após a troca de lideranças nas diretorias do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o MST disse que encerrará as ocupações em Pernambuco e no Espírito Santo neste fim de semana, depois de firmarem um acordo com o governo Lula.