Marina Silva, ministra do Meio AmbienteLula Marques/ Agência Brasil
O aporte norte-americano pode chegar a US$ 500 milhões, o equivalente a cerca de R$ 2,5 bilhões, conforme anúncio do presidente Joe Biden na última semana. A quantia que os países contribuem com o programa brasileiro que financia ações de combate ao desmatamento na Floresta Amazônica geralmente é usada para pesquisa e bioeconomia.
A declaração de Marina se dá após números mostrarem crescimento no desmatamento e nas queimadas pelo país. De acordo com dados do Imazon, a devastação na floresta amazônica triplicou em março e fez o primeiro trimestre deste ano fechar com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos.
"Estamos com mais de três meses de governo e tivemos quatro anos de completa paralisia e desconstrução das equipes que combatiam o desmatamento da Amazônia, corte de orçamento, substituição de técnicos por pessoas que não tinham nenhuma identificação, enfraquecimento dos órgãos de gestão, monitoramento e fiscalização", afirmou a ministra, em entrevista à rádio CBN .
"Já tivemos, agora, um aumento da fiscalização do Ibama, na questão de multas, aumentamos nossa capacidade em 219%. Em relação às autuações, tivemos um aumento de 133% das ações e, em relação aos embargos, de 93%, mesmo com esse contingente reduzido", continuou Marina, dizendo que essas ações fizeram com que houvesse uma redução de 10% no desmatamento nos primeiros três meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que "ainda é pouco".
Ainda falando sobre o combate ao desmatamento, a ministra reforçou a importância da ajuda anunciada pelos EUA para o programa ambiental. "Esses US$ 500 milhões serão usados emergencialmente para reforçar esse conjunto de ações."
Marina destacou que a negociação pelo valor acontece desde a participação do atual governo na COP 27, no Egito, no fim do ano passado, antes mesmo de Lula assumir a presidência.
Aporte norte-americano
"Eu vou pedir verbas para contribuir com US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia e todas as outras atividades relacionadas ao clima nos próximos cinco anos para ajudar o Brasil a renovar seus esforços para acabar com o desmatamento até 2030", disse Biden durante fórum virtual sobre clima e energia dos Estados Unidos junto a líderes dos 26 países que mais emitem gases de efeito estufa. O presidente Lula também participou da reunião.
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