Senador Sergio MoroMarcello Casal Jr/Agência Brasil
"Eu não tenho ofendido ninguém, eu tenho grande respeito pelo Supremo Tribunal Federal, pelos ministros. Embora eu também tenha a minha liberdade de crítica como qualquer outra pessoa, assim como elogio decisões, também as crítico, e me surpreendi quando ele veio aqui, inclusive, e deu declarações ofensivas em relação a minha pessoa", afirmou Moro em entrevista ao podcast "Amarelas On Air", da revista Veja".
Na declaração, Sergio Moro se refere a uma entrevista de Mendes em que ele afirmou que uma das maiores contribuições do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido tirar o ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba. "Eu sou inocente", disse Moro ao se defender.
Sobre o vídeo que fez com que ele fosse denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por calúnia, ele reforçou dizendo ter sido uma "brincadeira infeliz". Ao ser questionado se ele se desculparia pela situação, o senador afirmou que, embora não tenha "caluniado ninguém", eventualmente poderia se desculpar.
"Eu dei uma declaração infeliz. A gente pode, eventualmente, se desculpar por ter dado uma declaração infeliz. Mas não se desculpar por ter caluniado ninguém. Porque eu não caluniei ninguém", disse o ex-ministro da Justiça.
Entenda o caso
Em um vídeo compartilhado na internet, Moro teria acusado Mendes de vender habeas corpus. Na gravação, Moro está acompanhado da esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), em uma festa junina. Não se sabe quando a gravação foi realizada.
No trecho do vídeo, uma mulher diz o seguinte: “Está subornando o velho”. O ex-juiz respondeu: “Não, isso é fiança. Instituto. Para comprar… para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.
A PGR afirma que Moro imputou falsamente ao ministro o crime de corrupção passiva. A procuradoria reafirmou que o senador sabia que as declarações eram inverídicas.
“Ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, o denunciado Sergio Fernando Moro agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do País”, afirma Lindora.
A PGR ainda pede para que o STF condene Moro a prisão e que o senador perca o mandato caso a condenação seja superior a quatro anos. A procuradoria ainda pede para que o ex-juiz pague uma multa por danos morais.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.