Mauro Cid pressionou Marcelo Vieira para que assinasse um ofício solicitando a liberação das joiasReprodução/Redes Sociais
No ofício, Cid informa que os bens “presenteados ao Estado brasileiro se justificam pelas relações diplomáticas bilaterais”. Vieira, porém, recusou e afirmou que o teor do documento impossibilitava sua assinatura.
Vieira foi alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal nesta sexta-feira, 12,. Segundo a defesa, apenas o celular do ex-chefe de Documentação Histórica foi levado pelos investigadores.
O advogado Eduardo Kuntz, entretanto, rebate a operação e disse ter ficado surpreso com a ação da PF. Ele informou ter enviado um e-mail à Polícia Federal com os prints da troca de mensagens entre Marcelo Vieira e Mauro Cid.
"Estou surpreso com a invasão dos direitos de Vieira depois que ele prestou um depoimento de seis horas e foi colaborativo", diz Kuntz. "Ele mostrou o celular para os policiais que o interrogaram, e, não satisfeitos, tiramos print e entregamos aos investigadores", compela o advogado.
Marcelo prestou depoimento a PF no mês passado e confirmou ter recebido um ofício de Cid e Bolsonaro para a liberação das joias árabes. Ele negou ter assinado o documento e afirmou não ter envolvimento com a liberação das joias.
Joias árabes
Albuquerque tentou pressionar a liberação dos bens no mesmo dia, mas recorreu a Bolsonaro após não obter sucesso. A Polícia Federal investiga se o ex-presidente participou de uma operação para o resgate das joias e na tentativa de incorporar os bens em seu acervo pessoal.
Relembre o caso
Além do primeiro estojo, Bolsonaro recebeu outro pacote em mãos do governo da Arábia Saudita e foi incorporado em seu acervo pessoal. O estojo com relógios, peças para paletós e outros artigos masculinos tem valor estimado em R$ 400 mil.
Um terceiro pacote, avaliado em R$ 500 mil, foi recebido pelo ex-presidente durante uma viagem para a Arábia Saudita em 2019. A caixa contém um relógio Rolex, uma caneta Chopard, abotoaduras, anel e uma espécie de rosário árabe.
Após receber as joias, Bolsonaro chegou a pedir que esses itens fossem armazenados em uma caixa de madeira clara, com o símbolo verde do brasão de armas da Arábia Saudita e que fossem guardados no acervo privado da Presidência.
A defesa do ex-presidente devolveu as peças após uma determinação do TCU. Os bens estão em um cofre de uma agência da Caixa Econômica Federal, em Brasília.
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