Primeira reunião do colegiado da CPI do MST ocorreu nesta terçaMarcelo Camargo/Agência Brasil

A CPI do MST começou nesta terça-feira (23) e já ocorreram os primeiros confrontos entre a base governista e a oposição. Em menos de uma hora, houve trocas de acusações, muito bate-boca e até socos na mesa do plenário. O mais exaltado foi deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que se irritou com a fala do parlamentar Éder Mauro (PL-BA).

“São poucos os assentados que realmente produzem alguma coisa. Queremos levantar quem está à frente desses atos criminosos, dessa marginalidade que invade terras produtivas”, afirmou Éder.

Assunção não se segurou e começou a gritar contra o colega de Câmara. Ele deu socos na mesa e avisou para todos os presentes que não ficaria calado diante das acusações. “Sou deputado federal. Não sou marginal. Você não vai generalizar”, declarou o deputado.

Éder chegou a reclamar da situação e disse que estava sendo interrompido pelo colega. No meio do bate-boca, Talita Petroni (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP) saíram em defesa do deputado petista e lembraram que Mauro foi investigado por um suposto envolvimento em crime de tortura.

“Quem está acusando é quem apoia tortura”, disseram as deputadas. Porém, o processo foi julgado improcedente pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, ou seja, o deputado é inocente.

O começo da CPI
A primeira reunião do colegiado da CPI do MST ocorreu nesta terça. O grupo se reunirá na quarta (24) para votar as 14 intimações para depoimentos na Câmara, que devem acontecer ao longo das próximas semanas.

A comissão ainda fará diligências em assentamentos ocupados por pessoas envolvidas com o Movimento dos Sem Terra. Os trabalhos estão previstos para ocorrer nos próximos sete dias em São Paulo, Bahia e Mato Grosso do Sul.

“Apresentaremos o plano de trabalho da CPI e fizemos questão de, neste primeiro momento, contemplar as solicitações para depoimentos de nomes de todos os espectros políticos”, explicou o deputado Zucco (Republicanos-RS).

CPI do MST
A Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra foi aberta na manhã do dia 17 de maio por conta da pressão feita pela bancada de oposição ao governo do presidente Lula.

A Comissão Parlamentar de Inquérito tem como objetivo principal apurar quem são os financiadores das recentes ocupações feitas pelo Movimento dos Sem Terra, que totalizam 60 ações desde que Lula assumiu a presidência.