Lula enviou uma carta agradecendo o "honroso convite" e relembrou que aprovou uma lei que institui o Dia Nacional da Marcha para JesusReprodução
'Não entendeu a importância dos evangélicos', diz líder da bancada sobre Lula não ir à Marcha
O presidente disse que retransmitiu o convite para a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias
O coordenador da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, Eli Borges (PL-TO), criticou a recusa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ir à Marcha para Jesus, que será realizada na capital paulista nesta quinta-feira, 8, feriado de Corpus Christi. "O presidente ainda não compreendeu a importância do povo evangélico no Brasil", disse o deputado ao Estadão nesta quarta, 7.
Convidado pela organização da Marcha, Lula enviou uma carta agradecendo o "honroso convite" e relembrando feitos das suas primeiras gestões, quando, em 2009, aprovou uma lei que institui o Dia Nacional da Marcha para Jesus. O presidente disse que retransmitiu o convite para a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. A carta diz que os dois "ficarão honrados" em representar o chefe do Executivo na Marcha. A assessoria de Benedita confirmou, na noite desta quarta, a presença da parlamentar na passeata.
"Pela importância do evento, o sentimento é de que ele (Lula) precisa rediscutir o conceito do povo evangélico", afirmou Borges.
Apesar dos acenos feitos na campanha eleitoral de 2022, durante a gestão o presidente não tem empreendido esforços para se aproximar desse segmento religioso. De acordo com o Datafolha, em julho do ano passado os evangélicos eram 26% da população e, em abril deste ano, o grupo era responsável por 39% da rejeição ao petista.
Na carta dirigida ao apóstolo Estevam Hernandes, Lula disse: "sempre admirei e respeitei a Marcha para Jesus, que considero uma das mais extraordinárias expressões de fé de nosso povo". O presidente, no entanto, nunca foi à Marcha, que ocorre em São Paulo desde 1993. Questionado por meio da assessoria sobre as declarações de Borges, o presidente reiterou os termos da carta enviada à organização do evento.
Apesar da bandeira ecumênica, a passeata costuma aglutinar políticos conservadores e mais à direita, como Jair Bolsonaro (PL), presença constante nas edições do evento de norte a sul do País. O advogado e assessor pessoal do ex-presidente, Fabio Wajngarten, disse nesta quarta que Bolsonaro não deve ir ao evento neste ano. Os dois estão juntos na casa de praia do ex-ministro em Maresias, litoral norte de São Paulo. Em 2022, Bolsonaro esteve nos evento de Rio, São Paulo, Manaus, Curitiba, Balneário Camboriú, Cuiabá e Uberlândia.
Presença na Marcha
No dia 9 de maio, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebeu das mãos do apóstolo Hernandes um convite para ir à Marcha para Jesus. O gesto foi recebido com orações no Palácio dos Bandeirantes. Nesta quarta, a assessoria de Tarcísio confirmou que a presença dele no evento está prevista para a parte da tarde.
Outro nome que deve comparecer à passeata é o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), na parte da manhã, no local de encontro para saída da Marcha, na Estação da Luz, centro da capital paulista. O ex-ministro de Jair Bolsonaro é um dos pré-candidatos para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2024, com o apoio do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
O movimento é feito de forma alinhada ao ex-presidente, que tem se aproximado de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito, que deve tentar a reeleição. A aposta do partido é que, caso o vice de Bruno Covas não aceite se candidatar pelo Partido Liberal, Pontes seja o candidato do bolsonarismo na cidade.
Apesar do holofote que a Marcha proporciona para políticos, o atual prefeito de São Paulo não deve comparecer ao evento. De acordo com a assessoria, Nunes tem uma viagem marcada para o feriado de Corpus Christi.
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