Zanin foi advogado de Lula durante a Operação Lava JatoReprodução
Com a aposentadoria de Lewandowski em abril, Lula conversou com lideranças de partidos e do judiciário para sentir o termômetro sobre indicar Zanin. Ao perceber que o advogado não possuía nenhuma resistência pela maioria dos senadores e ministros do STF, resolveu indicá-lo.
Inicialmente, Cristiano sofreu rejeição dos bolsonaristas, lavajatistas e de figuras de esquerda ligadas ao PSOL e alas mais radicais do PT. Porém, com a articulação do advogado, a rejeição foi diminuindo em diversos locais, inclusive no núcleo que apoia Bolsonaro.
Zanin se reuniu com lideranças evangélicas, como o pastor Silas Malafaia, e evidenciou que vai seguir à Constituição nas tomadas de decisões. Ao ser questionado sobre a legalização do aborto, afirmou que é favorável a legislação atual, ou seja, numa votação no Supremo sobre o tema, deverá votar contra uma flexibilização.
O posicionamento dele agradou os conservadores bolsonaristas. Kim Paim, Fernando Holiday, Cezinha da Madureira, Sóstenes Cavalcante e Carlos Portinho são alguns que defendem e/ou apoiam a aprovação de Cristiano no STF.
André Mendonça, ministro do Supremo indicado por Bolsonaro, também tem participado internamente para que Zanin não seja rejeitado, tanto que ligou para senadores para dizer que o advogado é contra o aborto.
Bolsonaro é outra figura que facilitou a vida de Zanin para ser ministro do Supremo. Publicamente, não quis se envolver em polêmica ao falar do assunto. Apenas falou que é “competência do presidente da República” indicar o nome para a Corte.
Internamente, autorizou aliados a apoiarem e votarem a favor do advogado do presidente Lula. O PL, partido do ex-presidente, liberou sua bancada para votar como quiser.
Como Lula enxerga isso?
O petista também não demonstra preocupação com uma possível “traição” de Cristiano. Para aliados, o chefe do Executivo tem dito que Zanin seguirá à Constituição. Já sobre o aborto, Lula já falou publicamente que é favorável a legislação atual.
A expectativa é que o advogado tenha de 50 a 55 votos favoráveis para se tornar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal.
Sua sabatina está marcada para acontecer no dia 21 de junho.
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