Na faixa etária de 50 a 69 anos, o número quase triplicou, com alta de aproximadamente 176%Freepik
O Brasil teve aumento de cerca de 62% nas mortes de mulheres de 15 a 49 anos por enfarte de 1990 para 2019, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Na faixa etária de 50 a 69 anos, o número quase triplicou, com alta de aproximadamente 176%.
Tradicionalmente menos afetado por esse tipo de problema, o público feminino teve agora aumento similar ao registrado entre homens. Entre os motivos estão as mudanças no estilo de vida, que levaram a mais sedentarismo, estresse, entre outros fatores de risco. Segundo Gláucia Maria Moraes de Oliveira, do Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC, o cenário das mulheres em relação a enfarte merece atenção especial.
A especialista alerta que a falta de conhecimento delas sobre os sintomas as leva a procurar tardiamente um médico e, consequentemente, a terem um pior desfecho. Isso porque elas podem ter sintomas diferentes daqueles apresentados homens. Eles geralmente sentem dor intensa no peito, enquanto elas podem ter apenas cansaço extremo ou sinais semelhantes a uma crise de ansiedade.
Gláucia diz que até mesmo alguns médicos não estão preparados para diagnosticar corretamente o enfarte em mulheres. "Geralmente, as pessoas chegam ao pronto-socorro com obstrução coronária. Só que existem muitas mulheres que têm um tipo diferente de enfarte, que a gente chama de 'minoca', em que há uma disfunção arterial igual à de um homem, mas sem a existência de uma placa aterosclerótica (placa de gordura que obstrui o vaso sanguíneo)."
Historicamente, foi atrelado aos homens maior risco de enfarte por seus hábitos de vida, geralmente menos saudáveis que os das mulheres. Diante disso, muitos médicos da família e clínicos gerais, que atendem em pronto-socorro, estão mais atentos aos sinais do problema cardiovascular nos homens. "Os cardiologistas sabem dessa diferença, mas os médicos que estão nas emergências geralmente não. Por isso, queremos conscientizá-los, além das próprias mulheres, sobre o diagnóstico", diz Gláucia.
Tradicionalmente menos afetado por esse tipo de problema, o público feminino teve agora aumento similar ao registrado entre homens. Entre os motivos estão as mudanças no estilo de vida, que levaram a mais sedentarismo, estresse, entre outros fatores de risco. Segundo Gláucia Maria Moraes de Oliveira, do Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC, o cenário das mulheres em relação a enfarte merece atenção especial.
A especialista alerta que a falta de conhecimento delas sobre os sintomas as leva a procurar tardiamente um médico e, consequentemente, a terem um pior desfecho. Isso porque elas podem ter sintomas diferentes daqueles apresentados homens. Eles geralmente sentem dor intensa no peito, enquanto elas podem ter apenas cansaço extremo ou sinais semelhantes a uma crise de ansiedade.
Gláucia diz que até mesmo alguns médicos não estão preparados para diagnosticar corretamente o enfarte em mulheres. "Geralmente, as pessoas chegam ao pronto-socorro com obstrução coronária. Só que existem muitas mulheres que têm um tipo diferente de enfarte, que a gente chama de 'minoca', em que há uma disfunção arterial igual à de um homem, mas sem a existência de uma placa aterosclerótica (placa de gordura que obstrui o vaso sanguíneo)."
Historicamente, foi atrelado aos homens maior risco de enfarte por seus hábitos de vida, geralmente menos saudáveis que os das mulheres. Diante disso, muitos médicos da família e clínicos gerais, que atendem em pronto-socorro, estão mais atentos aos sinais do problema cardiovascular nos homens. "Os cardiologistas sabem dessa diferença, mas os médicos que estão nas emergências geralmente não. Por isso, queremos conscientizá-los, além das próprias mulheres, sobre o diagnóstico", diz Gláucia.
Ela coordenou, pela SBC, um documento que indica a necessidade de protocolos médicos específicos para prevenção, diagnóstico e tratamento de enfarte nas mulheres. Os exames mais comuns para diagnosticar enfarte são o de sangue e o eletrocardiograma. Para ter uma visão mais detalhada, os médicos recorrem ao ecocardiograma e, posteriormente, ao cateterismo, segundo Dennys Martins, cardiologista da franquia Clínica da Cidade que atua também em UTIs.
E o problema vai além da detecção do problema. Menos de 50% das mulheres que sofrem enfarte são submetidas a tratamento medicamentoso adequado. Um estudo publicado neste ano pela Academia Americana de Cardiologia observa ainda que elas são mais propensas a precisar de uma nova internação no ano seguinte ao evento - e sofrem mais complicações e têm mais risco de vida nesse período.
E o problema vai além da detecção do problema. Menos de 50% das mulheres que sofrem enfarte são submetidas a tratamento medicamentoso adequado. Um estudo publicado neste ano pela Academia Americana de Cardiologia observa ainda que elas são mais propensas a precisar de uma nova internação no ano seguinte ao evento - e sofrem mais complicações e têm mais risco de vida nesse período.
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