Aliados de Bolsonaro torcem para que o ministro Raul Araújo peça vista do processo e adie o julgamentoAFP
Nos bastidores, a esperança dos bolsonaristas está no ministro Raul Araújo. Nas últimas decisões vinculadas às eleições, Araújo se colocou favorável à cúpula aliada de Bolsonaro, o que animou os correligionários do ex-presidente.
Além do ministro Nunes Marques, há expectativa de que Raul Araújo vote com a defesa de Bolsonaro. Se confirmado, o placar do julgamento poderá ficar em 5 a 2 e não 6 a 1 como previsto anteriormente.
O advogado Walber Agra, responsável pela acusação do ex-presidente, afirmou não acreditar em um pedido de vista. Ele ainda disse esperar que os ministros deem um 'basta' nos ataques às urnas eletrônicas.
“Exercício de futurologia é difícil. Mas como as provas elas são muito contundentes, eu acho difícil que seja necessário um pedido de vista. Agora isso é uma prerrogativa discricionária de cada um dos ministros e cabe a eles exercê-los ou não”, afirma.
“A expectativa é que a Corte Eleitoral cumpra a Constituição na defesa das instituições, na defesa do regime democrático, na valorização de todo o sistema eleitoral, principalmente das urnas eletrônicas, que nesse laço temporal de mais de dois anos vem sofrendo reiterados e infundados ataques”, completa.
“É uma prerrogativa de todos os juízes que participam do julgamento colegiado de não se sentir confortável naquele momento ou vislumbrar a necessidade de estudar melhor o processo fazer o pedido de vista”, explica Ricardo Vita Porto, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP).
“Há possibilidade evidentemente daqueles que já se acharem aptos a votarem de pedirem para adiantar o voto. Mas isso costuma não acontecer, até por cortesia ao juiz [que pediu vista ao processo]”, completa Vita Porto
Raul Araújo será o segundo a votar, após o relator, ministro Benedito Gonçalves. Floriano Azevedo Marques e André Ramos Tavares também devem apresentar seus votos nesta terça-feira.
A análise do processo deve ser interrompida por volta das 23h e retomada na quinta-feira, 29, com os votos dos ministros Carmen Lúcia, Kassio Nunes Marques e do presidente da Corte, Alexandre de Moraes.
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