Morre em Brasília o ex-ministro do STF, Sepúlveda PertenceFernando Frazão/Agência Brasil

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence morreu ontem, aos 85 anos, em Brasília. Ele estava internado havia uma semana no Hospital Sírio-Libanês. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos

Nomeado para o Supremo em 1989, por José Sarney, Sepúlveda foi ministro da Corte até 2007, ocupando a presidência do tribunal entre 1995 e 1997. Ele também integrou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foi procurador-geral da República entre 1985 e 1989.

A presidente do STF, ministra Rosa Weber, divulgou nota em nome da Corte, manifestado pesar à família. Afirmou que Sepúlveda foi "um dos mais brilhantes juristas do País" e "grande defensor da democracia". Outros integrantes do tribunal também prestaram homenagens. Gilmar Mendes destacou a participação de Sepúlveda na resistência à ditadura militar e na redemocratização do País. "Foi brilhante como PGR e como ministro do STF", declarou o decano.

Em nota oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem Sepúlveda foi advogado, afirmou que o ex-ministro "sempre atuou pela defesa da democracia e pelo estado de direito". "Tive o privilégio de ter em Sepúlveda um amigo e também um grande advogado."

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a carreira do ex-ministro foi marcada pela "integridade e defesa intransigente da democracia".

Carreira
Nascido na cidade mineira de Sabará, Sepúlveda Pertence se formou bacharel em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1960. À época, fez parte do movimento estudantil.

Em 1963, foi classificado em primeiro lugar no concurso para o Ministério Público do Distrito Federal. Atuou no cargo até 1969, quando foi aposentado compulsoriamente pela Junta Militar, com base no AI-5.

Em 1985, foi nomeado procurador-geral da República, posto que ocupou até ir para o Supremo, indicado pelo então presidente José Sarney, em 1989. Aposentou-se da Corte em 2007.

O velório será hoje, no Salão Branco do STF, e o sepultamento, no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Sepúlveda deixa os filhos Pedro, Evandro e Eduardo e netos.